Problemas salarias, o incumprimento do horário de trabalho, a falta dos equipamentos de trabalho por parte dos funcionários, entre outros pontos, levam aos trabalhadores na função pública e privada, a concluírem que os seus direitos estão em constante violação sob um olhar impávido de quem é de direito.
São palavras de alguns trabalhadores que falavam em exclusivo a Zumbo FM Noticias na manhã desta quarta-feira, 01.05.2024, na Cidade de Pemba, por ocasião das comemorações do dia Internacional dos Trabalhadores.
Trabalhador da função pública, Abdul Afonso, disse que mesmo com o recente reajuste do salário mínimo para 8758 MT, ainda está longe de responder as necessidades do funcionário, olhando para o alto custo de vida que se verifica no país com particular destaque para a Província de em Cabo Delgado.
"O custo de vida actualmente está muito acima aquém do desejado, é verdade que houve o reajuste do salário mínimo uma coisa de 8758 MT, acreditamos que se o Governo sentar e refletir para aumentar mais o salario, seria bom para o funcionário. Olhando actualmente o custo de vida para Cabo Delgado o cenário é muito diferente, para quem aluga casa, quer fazer faculdade, tem crianças a estudar, o salário não resolve nada" – disse o trabalhador da função pública em Cabo Delgado.
Outro trabalhador da função pública que pediu anonimato, alinhou pelo mesmo pensamento e acrescenta que o patronato não deve apenas valorizar o trabalho feito pelo seu empregado, mas sim é fundamental valorizar os recursos humanos.
"A pouco tempo recebemos uma informação sobre o aumento salarial. Quando colocam 150 MT, para o sector privado por exemplo. Uma pessoa que tem famílias, e a família africana não é só pai e seus filhos, estão aí sobrinhos entre outros. Agora, numa família com 8 pessoas, você recebe 4000 ou 5000 MT, como ajustar aqui na Cidade de Pemba? O custo de vida em Moçambique particularmente aqui em Pemba, está elevado não está fácil com o salário que um trabalhador tem aqui. Por isso eu digo que 90% dos funcionários vivem na base de dívidas. Você espera até no dia 30 para o teu salário sair, mas quando sai já está comprometido. Primeira coisa que eu estou a ver que deve se melhorar, o patronato não deve apenas valorizar o trabalho, valorize também aquém esta fazer que é o recurso humano" – lamentou.
Fernando (nome fictício), empregado na função pública acredita que o não pagamento de salários é um dos factores que convida um funcionário a optar em acções fraudulentas ao nível da instituição.
"Queremos sim que as coisas possam caminhar bem. Mas, se não ser respeitado aquele que faz o trabalho acontecer, as coisas não vão em frente. É daí que damos oportunidade a ladroagem, pessoa como não tem alguma coisa de comer, rouba no trabalho assim vai, e mas se ser bem assalariado não terá razões de roubar o material de trabalho" – disse o funcionário do Estado afeto na Cidade de Pemba.
Entretanto, a Zumbo FM Noticias ouviu ainda os funcionários do sector privado, Baptista Mussa, Osvaldo Joaquim, Otacília Domingos e Beto Farias, estes afiram categoricamente que os direitos dos trabalhadores a nível da Província de Cabo Delgado, são violados principalmente em questões salarias, ferias, retroativos, fardamentos, assistência medicamentosa entre outras.
"A nível da Província de Cabo Delgado os direitos dos trabalhadores são violados, na parte do salário, férias, retroativos, direito a fardamentos, assistência medicamentosa onde a maioria das instituições têm esse problema. Por exemplo muitas empresas das forças privadas não respeitam aquilo o que são os direitos dos trabalhadores. Há muitas reclamações sobre assuntos salariais na função pública e privada, mas isso não é certo deixar um funcionário sem salário, porque eles querem pagar renda, escola dos filhos e sem salário fica muito complicado" – lamentaram os funcionários do sector privado na Província de Cabo Delgado. (x)
Por: António Bote
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