Quando se celebram 49 anos da independência em Moçambique, a Zumbo FM Notícias, ouviu está terça-feira, 25.06.2024, dois principais partidos políticos na oposição para falarem da efeméride.
O Delegado Provincial do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), António Macaniz, entende que a independência não se faz sentir nesta Província devido ao terrorismo, ou seja, a independência está beliscada.
"A visão que nós temos sobre a independência é, quando nós falamos da independência, estamos a falar da soberania, desenvolvimento social e econômico. No que diz respeito ao desenvolvimento social, ainda estamos muito longe, porque na verdade, passados os 49 anos da nossa independência, ainda encontramos uma taxa alta de analfabetismo e, isso não é bom para um país independente de 49 anos. Para além disso, nós em Cabo Delgado, hoje podemos dizer que a nossa independência está beliscada, a nossa soberania está beliscada por causa do terrorismo que nós vivemos"- disse o Delegado Provincial do MDM.
António Macaniz, disse ainda que não se pode falar da independência sem que haja soberania, paz e, destaca os estragos causados pelos terroristas que o levam a reafirmar da inexistência da independência.
"Quando nós falamos de independência, nós estamos a dizer que queremos o bem estar, queremos a paz, nós não temos a paz na província de Cabo Delgado, destruíram tudo o que tínhamos, mataram os nossos filhos, mataram os nossos pais, mataram nossas mães e neste momento estamos com o número de deslocados a nível da província muito alto e as pessoas vivem com medo porque a independência está beliscada. Falar da independência, é falar da soberania e nós, não temos está soberania. Portanto, estamos numa luta tremenda na buscam desta soberania"- sublinhou.
Segundo o político, não se justifica uma Província que possui muitos e diversos recursos naturais, ainda viver na dependência económica.
"A outra questão da independência económica, que é mais importante. Por exemplo a província de Cabo Delgado, possui maior parte dos recursos, temos o gás a ser explorado, temos o grafite a ser explorado, temos o rubi a ser explorado, mas quando nós paramos e reparamos o nosso filho não tem emprego, as pessoas vivem na miséria, ainda encontramos a população a ter uma refeição como o mínimo que se pode conseguir numa família, não tem pequeno almoço, se calhar um almoço que vai acontecer as 15 horas para não ter o jantar, então, temos está situação e com a situação dos deslocadosgados e com a situação das crianças que perderam os estudos neste momento, agora há muitas crianças mendigas vão passando nas lojas vão passando nos super mercados que nós encontramos na Cidade de Pemba, nos mercados, então, praticamente estamos rodeados de crianças estão a pedir, isso quer dizer que o número das pessoas que andam a pedir aumentou, antigamente eram poucos, ou seja, agora crianças, jovens, todos estão a pedir. Com essa situação económica não estamos bem, tendo em consideração que estamos a explorar os recursos naturais e, a perguntar que se faz é: Onde estão os filhos de Cabo Delgado que neste momento não tem emprego, para serem empregados?"- questionou.
O Delegado Provincial do MDM, convidou os residentes da Província de Cabo Delgado, a uma reflexão profunda sobre a situação de terrorismo e, os 49 da independência nacional, que chamou de miséria.
"Em algum momento nós como moçambicanos, residentes da Província de Cabo Delgado, temos tentar reflictir sobre isso. Estamos a celebrar os 49 anos, de miséria, muitas vezes quando vamos para nos Distritos, não tem carros condignos, somos transportados como cabrito, então, isso é muito complicado. Portanto, nós estamos muito longe da independência económica"- concluiu.
Entretanto, a Zumbo FM Notícias, ouviu ainda o Delegado Provincial da Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO), Manuel Macuane, que no seu entender, a independência está sendo sentida no verdadeiro sentido pelo um grupo de elite proveniente do Governo do dia.
"A celebração dos 49 anos da independência para Moçambique, eu acredito que não é uma independência para os moçambicanos, é uma independência para um punhado de pessoas supostamente carismados para resolverem os interesses dos seus bolsos, aqueles aqueles que estão na camada que sempre se efectua no poder, a camada que se intitula de ser os que lutaram para alcançar essa independência. A independência que foi proclamada numa data que nem hoje, não foi apenas membros da FRELIMO que lutaram, foi o povo moçambicano, lutar pela causa do país. Hoje, podemos dizer que é a celebração de transferência de poder do colono branco para o colono preto"- frisou o Delegado Provincial da RENAMO.
Manual Macuane, sublinhou ainda que o terrorismo semeou uma grande dependência na Província de Cabo Delgado.
Para além da crise militar e económica, o político aponta a falta da liberdade de expressão, justiça e legalidade, que culmina com a violação dos direitos humanos.
"Cabo Delgado, não está independente, mas sim, está dependente de um grupo de pessoas que fazem aquilo o que eles querem. O que está a tirar a independência na Província de Cabo Delgado é que, primeiro não há vontade de expressão dos próprios donos do país. Segundo, não há segurança para o próprio dono do país e o terceiro, há uma grande dependência económica, apartir da base até a classe média, nas instituições governamentais e públicas, não existe melhor desempenho, não há melhor atendimento para com as populações, não há aquilo o que poderia servir como direitos humanos, da legalidade, da justiça, então, o moçambicano é obrigado a viver sob orientação, sub pressão da classe dominante que é a FRELIMO"- prosseguiu o Delegado.
Aquele político, diz estar espantado por passarem 6 anos, sem existir nenhuma informação clara sobre o terrorismo na Província de Cabo Delgado.
"Agora estamos a viver situações de guerra em Cabo Delgado, de antes falavam muito mal da RENAMO, que está matar, [....] Agora, o cano virou para uma outra hera que se calhar, até neste momento, passam 6 anos que não existe nenhuma informação clara de que pertence os insurgentes em Cabo Delgado. Isso é absurdo. Logo, estamos sendo submetidos num jugo em que a própria classe da elite moçambicana conhece com propósito de apoderar as riquezas da Província de Cabo Delgado sem deixar rasto, então, o povo moçambicano em particular de Cabo Delgado é colocado numa hera de medo, morte, para não perseguir o rasto dos padrões que estão a tirar as riquezas que poderiam desenvolver a nossa província"- disse.
A Província de Cabo Delgado, está localizada na zona norte de Moçambique e, está sendo assolada pelo terrorismo desde dos finais do ano 2017. (x)
Por: António Bote
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