Quando restam poucos meses para o fim do segundo mandato do actual Presidente da República, Filipe Nyusi, à Zumbo FM Notícias, ouviu em exclusivo está segunda-feira, 22 de Julho de 2024, vários analistas entendidos em matérias de ciências políticas residentes na Cidade de Pemba, Província de Cabo Delgado, para fazerem um comentário dos últimos 5 anos.
O analista, Zito Pedro, de 0 à 10, atribui nota 5 ao mandato de Filipe Nyusi, que está a findar pelo que, o terrorismo recrudesceu e criou grandes impactos em diversas áreas, principalmente no sector da educação ao nível da Província de Cabo Delgado, onde muitas pessoas não tiveram acesso a ensino.
"Avaliação que eu faço da governação actual do Chefe do Estado do quinquénio no geral 2019 e 2024, é em termos gerais penso que é uma avaliação tanto quanto desafiadora não necessária boa, porque que existiram alguns factores que influenciaram na generalidade a própria gestão do país, por isso que se fosse uma escolha de 0 à 10, poderia atribuir uma nota a 6 ou 5 só. Isto porque, nós lamentavelmente todo segundo quinquénio do atual Chefe do Estado do Nyusi, foi desafiado a questão do terrorismo que queira ou não, acabou impactando sobre a maneira na governação na generalidade, digo isso, porque temos indicadores como ao nível de escolaridade a questões meramente de alfabetização, seja a questão da educação que em caso concreto na Província de Cabo Delgado, regrediu porque maior parte dos Distritos da zona norte, não tiveram acesso ao ensino primário, isto obviamente acaba reduzindo a possibilidade de melhoria dos índice de alfabetismo",-disse o analista, Zito Pedro.
Zito Pedro, entende que o recrudescimento dos conflitos armados em Cabo Delgado e a pandemia da Covid – 19, influenciaram de forma negativa o plano quinquenal do Governo, elevando desta forma, a subida do gráfico da pobreza de 40 para 60%.
"Governo iniciou com o desafio de acabar com o terrorismo, entretanto, nós quando falamos de 2019 ainda não era o ápice do terrorismo em Cabo Delgado, terrorismo o ápice praticamente atingiu em 2020, significa que, ouve obviamente planos, ouve ate tempo de longe para que está a transição, a vantagem primária é que o Governo não alterou em tempo de figura, então de 2017 à quando o inicio de terrorismo, quem estava a governar o país é o actual Chefe de Estado, significa que aquele já tinha o dossiê do terrorismo, então ele transitou para o segundo Governo para o Nyusi 2, diremos assim com este dossiê em mão, mandato, e lamentavelmente nós após um certo período percebemos que não conseguiu resolver, e isto impactou sobre maneira de forma negativa na qualidade da sua governação. Além disto, é encascate logo leva-nos também a percepção de que a pobreza na Província de Cabo Delgado em particular, está numa situação não muito boa com indicadores acima de 60 por centos e, esse 60 por centos acaba se alastrando por todo país como nós vimos a pouco tempo aos relatórios indicaram que a pobreza infelizmente aumentou de 40% por 60 por centos nos últimos 5 anos",-disse o analista, Zito Pedro.
O analista, explicou que era um dos grandes desafios do actual Presidente da República, reabilitar a Estrada Nacional (N1), mas não o fez.
"Nós vimos, estamos acompanhar a gradualmente a situação dos Transportes e Comunicação em Moçambique, a questão das Obras Públicas, um dos grandes desafios do actual Chefe de Estado era justamente resolver o problema de Estrada N1, que segundos dados atuais, parece que o Governo vai cessar sem que efectivamente consiga resolver a questão da N1, e este incumprimento, também pode estar associado a vários factores porque, algum momento todo Governo como tal acabou direcionando todos os esforços para ver se conseguia resolver o conflito e esqueceu os outros sectores",-referiu, Zito Pedro.
Segundo o analista, os sectores da função pública que aderem as greves, aumentaram de forma assustadora nos últimos 5 anos, e considerou a Tabela Salarial Única (TSU), como uma grande desmotivação para os funcionários daquela função e, destaca os sectores mais agastados com a última governação de Filipe Nyusi.
"Em relação as greves, é importante perceber que nós temos tido uma situação um pouco aproximada no último ano do mandato do antigo Chefe do Estado, Armando Emílio Guebuza, começaram a existir alguns focos de greves, mais não de forma generalizada como atualmente, e a diferença é que na altura existia dinheiro para poder dar vazão a essas preocupações que vinham de alguns sectores, mas neste momento como Estado ou Governo está mergulhado em dividas praticamente insustentáveis. Aliado a isso, tem um fator que pode ate parecer minúsculo, mas é um dos grandes influenciadores da desmotivação na função pública que foi a implementação atabalhoada da tabela salarial única, a famosa TSU",-disse o analista, Zito Pedro.
Uma das outras grandes demonstrações que leva o analista a dar nota 5 ao quinquénio que esta findar, é a incapacidade do Governo em resolver os problemas do terceiro poder jurídico.
"Neste terceiro poder judiciário, temos os juízes, os procuradores que eles também entende que uma das únicas forma de ver as suas preocupações a serem resolvidas é fazendo a greve, como nós sabemos que a greve é uma das ultimas estancias ou alternativa que as pessoas devem usar, mais se os procuradores, os juízes chegarem a esse nível, é sinal de que o governo não consegue resolver as preocupações dos outros sectores",-disse o analista, Zito Pedro, em exclusivo a Zumbo FM Notícias.
Entretanto, à Zumbo FM Noticias, ouviu ainda em exclusivo outro analista, Frederico João, este, entende que o último mandato de Filipe Nyusi, foi caracterizado por muitas e diversas situações anómalas sendo elas más e boas.
Sobre as situações maléficas, o analista destaca as mudanças climáticas e insurgência, estas que destruíram os avanços do povo, tanto como o plano quinquenal do Governo.
"Este é um dos poucos mandatos que teve muitas situações anómalas. Porque, durante os 10 anos muita coisa aconteceu, desde de coisas boas e mesmo coisas más. Olhando para aquilo o que nós consideramos de fenómenos naturais e, de certo modo esses fenómenos impactam nas vidas das pessoas. Comecemos com cheias que tivemos em 2015, em que o impacto das mudanças climáticas foram profundas nas vidas das pessoas, tanto como na própria governação e praticamente podemos dizer que entrou logo com pé esquerdo. Depois disso, tivemos a situação da insurgência ou do terrorismo em Cabo Delgado, vários ciclos abateram no nosso país, estamos a falar do Idai, Keneth, depois tivemos a Covid-19, portanto, muita coisa aconteceu e deixou praticamente este Governo de rasto",-contou o analista, Frederico João.
Frederico João, enfatizou que a descoberta das dívidas ocultas, fez com que os dois mandatos do Presidente moçambicano sejam totalmente marcantes.
"A descoberta das dívidas ocultas, também foi marcante nesta governação e isto também teve a sua repercussão ao longo dos dois mandatos do Presidente Nyusi",-explicou o analista, Frederico João.
Não só, crimes como a corrupção, raptos e tráfico de drogas, foram e continuam a ser mais notórios neste último mandato do actual Presidente de Moçambique, segundo o analista, Frederico João.
"A corrupção é dos outros males provocados por pessoas que até hoje estamos praticamente de rastos, de acordo com alguns dados do Centro de Integridade Pública (CIP), com a entrada do Presidente Filipe Nyusi, praticamente a corrupção já tinha subido em 1.4% em relação ao mandato anterior. Não só estes, estamos a falar também de fenómenos dos raptos que se vive em Maputo tanto como na Beira, aliados também ao tráfico de drogas e por aí fora, são fenómenos marcantes da Governação do Presidente", disse o analista.
Já ao concluir, Frederico João, aponta alguns avanços notificados ao longo dos 5 anos.
"Mas, também tem um lado muito bom do seu Governo e as suas várias iniciativas em relação a questão de construção de Infra-estruturas sociais, Escolas, a iniciativa de um Distrito um Hospital de referência, um Distrito um Banco, um Distrito um Tribunal. Quer dizer, isso foi se fazendo com essas imensas dificuldades. E também, vamos mencionar a questão do acesso a energia, é um programa que nós louvamos bastante, porque a energia está chegar até aos postos Administrativos, nas localidades e, podendo ser com a energia de Cahorabassa, mas também com alguns sistemas de energia solar e isto também é um marco muito grande",-reconheceu o analista, Frederico João. (x)
Por: António Bote
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