Desde o início dos ataques terroristas em Outubro de 2017 até Agosto de 2023, mais de 1 milhão de pessoas foram deslocadas na Província de Cabo Delgado, em Moçambique.
Para entender a situação actual dos deslocados, à Zumbo FM Notícias entrevistou em exclusividade, nesta segunda-feira, 12 de Agosto de 2024, o Director da Cruz Vermelha em Moçambique (CVM), Abílio Campos, este, defende a necessidade urgente de apoio às famílias afectadas pelos conflitos armados.
"Essa questão pode ser respondida de várias maneiras. Conflitos sempre criam problemas, deslocando as pessoas de seus locais habituais. A situação é crítica e a busca por alternativas para viver, continua sendo um desafio. Actualmente, a assistência humanitária é necessária para os deslocados", afirmou o Director da CVM.
Abílio Campos, também informou que a sua organização está trabalhando para mitigar vários impactos humanitários causados pelos conflitos.
"Ainda é necessário entender claramente o impacto das guerras e tensões. Este impacto não é completamente resolvido, especialmente em Cabo Delgado, que é extenso e possui vários distritos. Temos programas conjuntos com a CVM e a CSV para atender os deslocados, oferecendo ajuda e assistência. No entanto, ainda há uma grande demanda por suporte. A Cruz Vermelha, em colaboração com a comunidade internacional, está empenhada em mitigar esses impactos", disse Abílio Campos.
O Director da Cruz Vermelha em Moçambique também relatou que, no primeiro semestre de 2024, a organização assistiu mais de 2 mil famílias deslocadas em cinco Distritos.
"Até Junho, foram atendidas 2.776 famílias com assistência de abrigo, incluindo panelas, lonas, mantas e redes mosquiteiras. A Cruz Vermelha também distribuiu kits e assistência financeira de 8.000 meticais às famílias. Este trabalho visa atender às necessidades dos deslocados nos Distritos de Mueda, Macomia, Nangade, Mocímboa da Praia e Muidumbe. Apesar das dificuldades e conflitos em Cabo Delgado, nosso objetivo é disseminar e explicar a intervenção necessária. Não acreditamos que mais investigação seja necessária", explicou o Director da CVM.
A Cruz Vermelha, uma organização não-governamental, começou a trabalhar em Moçambique em 1984, durante a guerra civil. Desde então, tem desempenhado um papel significativo em assistência humanitária e em projectos de apoio às comunidades afectadas pelos conflitos. No entanto, ainda enfrenta desafios de aceitação, conforme relatado por Abílio Campos.
"Portanto, a aceitação é fundamental para respeitar os humanitários e os grupos sensíveis. Esse é nosso grande desafio", concluiu o Director da Cruz Vermelha em Moçambique. (x)
Por: António Bote
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