Setenta pescadores, sequestrados por um grupo de insurgentes no Distrito de Mocímboa da Praia na noite de 9 de agosto de 2024, foram libertados após três dias de cativeiro, segundo confirmou à Zumbo FM Notícias o administrador distrital Sérgio Cipriano no princípio da noite desta terça-feira (13.08).
Sérgio Cipriano, administrador de Mocímboa da Praia, afirmou que os pescadores chegaram em duas embarcações no meio da tarde de ontem 13.08 à vila sede do Distrito de Mocímboa da Praia, e estão em curso alguns trabalhos de perícia.
“Eles já voltaram. (Os pescadores) das duas embarcações voltaram todos e voltaram todos saudáveis. Agora está a decorrer o registo, e depois daí aqueles que quiserem ter alguma assistência médica poderão o fazer. Alguns acredito que hoje mesmo vão estar nas suas casas quase todos salvo aqueles que apresentarem quadro clínico que deve receber atendimento médico internados”, disse à Zumbo FM Notícias o Administrador do Distrito de Mocímboa da Praia Sérgio Cipriano.
Segundo Cipriano, os pescadores foram mantidos no litoral de Mocímboa da Praia, sem terem sido levados a nenhuma ilha. "Eles estavam na foz do rio Messalo", acrescentou.
A fonte revela que os pescadores foram libertados mediante o pedido das autoridades locais.
Segundo avança o Administrador à Zumbo FM Notícias, os pescadores, que estavam em quatro embarcações, foram raptados em plena atividade e suas embarcações rebocadas por um grupo armado.
“Nas duas embarcações, a primeira tinha 30 pescadores e a segunda embarcação 28 pescadores. Depois houve uma terceira não motorizada a vela, com três pescadores e uma outra com uma pessoa. Mas informações posteriores davam conta que foram raptados 66 pescadores, e depois o número aumentou para 70”, disse o Sérgio Cipriano .
Em entrevista à Zumbo FM Notícias, na manhã desta quarta-feira, uma moradora da vila de Mocímboa da Praia, que conhece alguns dos pescadores sequestrados, confirmou que eles ainda estão sob custódia das autoridades para perícia.
Segundo avança a Voz da América no mesmo dia do sequestro, um grupo armado teria montado uma mina improvisada na zona de Chitunda, no distrito de Muidumbe, emboscando um veículo da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), ligada à Polícia. Um agente da UIR morreu e um comandante da unidade ficou ferido. Os feridos foram socorridos por uma equipe das forças ruandesas que passava pelo local pouco depois do incidente.
No dia anterior, o grupo armado teria conseguido ultrapassar o cordão de segurança das forças ruandesas e saquear a principal estância hoteleira da vila de Macomia, antes de incendiá-la.
"A guerra ainda não acabou. Os insurgentes atacaram durante a noite e incendiaram o edifício MM. Mesmo com patrulha, está difícil conter os ataques. Eles passaram pelo meio da patrulha e entraram na vila", relatou um morador de Macomia à Voz da América.
Desde outubro de 2017, Cabo Delgado, uma província rica em gás natural, enfrenta uma insurgência armada que já causou mais de quatro mil mortes. (x)
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