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sexta-feira, 16 agosto 2024 05:42

Tete: Moatize em crise, moradores exigem acção imediata após destruição ambiental e crise de saúde causada por mineração

Imagem ilutractiva da Vulcan Mozambique. Imagem ilutractiva da Vulcan Mozambique.

Em uma declaração formal, representantes dos bairros 25 de Setembro, Bagamoio, Chithatha, 1º de Maio, Nhantchere, Liberdade, Màlabué e Chipanga denunciaram os impactos adversos das atividades minerárias realizadas pela Vale Moçambique S.A. e, agora pela Vulcan Mozambique. A denúncia, feita por moradores nativos da Cidade de Moatize, descreve uma série de problemas ambientais e de saúde causados pela exploração mineral na região.

Os signatários da reclamação afirmam que a área tem se tornado "completamente inóspita" devido à poluição intensa gerada pelas operações mineradoras. Segundo o documento, "vivemos em um ambiente completamente inóspito" e as práticas de extração não estão em conformidade com as normas de proteção ambiental e direitos humanos, conforme estipulado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos.

O texto destaca que a poluição está comprometendo a saúde da população, com um impacto especialmente negativo nas novas gerações. “Estamos expostos a um meio constantemente poluído que compromete o sistema imunológico dos adultos e a saúde das futuras gerações,” lê-se na reclamação. Os residentes anexaram imagens e vídeos ao documento para comprovar o dano ambiental e estão dispostos a realizar exames médicos para evidenciar os problemas de saúde.

“Se antes éramos herdeiros de uma terra rica e propícia ao desenvolvimento das nossas atividades, hoje somos herdeiros do dano causado pela exploração da Vale Moçambique S.A. e, agora, pela Vulcan Mozambique,” afirma o documento. Os moradores relatam problemas de saúde graves, como doenças respiratórias, cardiovasculares e cânceres, atribuídos à emissão de poluentes tóxicos e nocivos.

Além dos problemas de saúde, os residentes mencionam a perda de biodiversidade e a degradação do solo, que têm afetado a infraestrutura local. “Estamos submetidos a constantes situações de enfermidade e vulneráveis a doenças graves do trato respiratório,” declaram os moradores.

A reclamação apela para que as autoridades e as empresas mineradoras adotem medidas urgentes para mitigar os impactos negativos. “Solicitamos que tomem todas as providências necessárias para mitigar o impacto negativo e nefasto das suas atividades,” diz o documento.

Caso a situação não seja resolvida no prazo de 30 dias, os moradores ameaçam buscar medidas legais para proteger seus direitos e solicitar compensações. A declaração destaca a necessidade de cumprir os direitos constitucionais, conforme estabelecido pelos artigos 89.º e 90.º da Constituição da República de Moçambique.

Por: Rafael Cocorico

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