Em um alerta contundente sobre a crise educacional, a Secretária da Organização Nacional dos Professores em Cabo Delgado, Dinita Dos Santos Dinis, denunciou a falta de condições de segurança para o retorno dos professores aos Distritos de Macomia e Quissanga, cujas escolas estão fechadas desde fevereiro e maio deste ano, respectivamente, devido aos conflitos armados protagonizados por grupos jihadistas. Em uma entrevista concedida à Zumbo FM Notícias, neste Terça-feira, 17 de setembro de 2024, Dinita Dinis criticou as recentes afirmações do Governo de que a segurança está razoavelmente estável, enquanto essas áreas continuam a ser afetadas por ataques jihadistas.
“Não há nenhuma condição para o retorno dos professores a esses Distritos. A situação de segurança é inexistente e continua a representar um risco iminente para todos. Macomia e Quissanga são zonas de guerra, e afirmar que há segurança é uma ilusão perigosa”, afirmou a Secretária da Organização Nacional dos Professores em Cabo Delgado, Dinita Dinis, destacando a confusão e insegurança enfrentadas pelos alunos, que são constantemente deslocados.
Dinis enfatizou que a prioridade deve ser a estabilização completa da segurança antes de considerar o retorno dos profissionais de educação.
“Não faz sentido enviar professores e alunos para áreas onde a situação de segurança não está resolvida. Primeiro, a situação precisa ser normalizada para garantir a segurança de todos, especialmente das crianças que estão sendo educadas em outros locais”, destacou.
A Secretária também criticou as tentativas do Governo de normalizar a situação sem garantir uma segurança efetiva. “Uma zona de conflito é sempre uma zona de conflito. O Governo deve assegurar que a segurança seja real e eficaz antes de tomar qualquer decisão sobre o retorno dos professores e alunos. Insistir no retorno sem resolver a questão da segurança é irresponsável”, concluiu.
Dinis ressaltou as dificuldades atuais enfrentadas pelos professores. “Até o momento, não há condições para o regresso. Devem ser criadas condições adequadas para não prejudicar nem professores nem alunos. Como pode um professor elaborar um plano de aula nessas circunstâncias? Como pode ele circular com a certeza de que não será atacado a qualquer momento? A segurança precisa ser garantida, especialmente porque os alunos estão integrados em escolas onde se refugiaram.”
A crise em Cabo Delgado continua a impactar profundamente o sistema educacional, com a falta de segurança representando um obstáculo significativo para a retomada das aulas e o bem-estar das comunidades afetadas.(x)
Por: Bonifácio Chumuni
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