Em um contexto de transição de poderes, Moçambique enfrenta a assinatura de vários acordos estruturais que poderão ter impacto duradouro no futuro do país. Com as eleições se aproximando, a pressa em firmar compromissos com entidades externas suscita debates sobre a sustentabilidade e autonomia do governo que será eleito.
Durante o episódio mais recente do seu podcast, na última semana de Setembro de 2024, o filósofo moçambicano, Severino Nguenha, manifestou preocupações sobre a gestão política em tempos de transição.
"Neste momento, no Tribunal Administrativo, há dossiês completos de novos acordos, novos contratos que a República de Moçambique, através do seu Governo, está a assinar com entidades externas. Talvez muitos desses acordos nem sequer sejam para o Estado de Moçambique, mas para indivíduos que se tornam proprietários de zonas ricas em minerais. Outra questão é que, neste momento de transição, em que o Governo está prestes a sair por causa das eleições, o que se deveria fazer, como em muitos outros países, seria uma gestão de continuidade e não acordos estruturais que vinculem os futuros Governos, limitando-lhes a margem de negociação, a menos que recorram aos tribunais para renegociar os contratos", afirmou Severino Nguenha.
O filósofo também apelou à atual administração:
"O maior serviço que a governação atual pode prestar ao país e ao futuro de Moçambique é evitar firmar acordos estruturais que comprometem a nação", disse Nguenha.
Ele concluiu fazendo um convite à reflexão sobre o futuro do país e a importância de decisões que garantam um legado para as próximas gerações. (x)
Por: António Bote
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