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sábado, 05 outubro 2024 12:08

Moçambique: PR Filipe Nyusi exige ética, deontologia, disciplina militar e coesão em tempos de conflito

Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi. Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi. Crédito de imagem: Rádio Moçambique.

O apelo do Presidente da República (PR), Filipe Nyusi, surge poucos dias após o ex-Vice-Chefe do Estado Maior, Bertolino Jeremias Capitine, ter criticado a falta de eficácia nas operações militares e questionado a veracidade dos números apresentados sobre a neutralização de terroristas em Cabo Delgado.

Na última sexta-feira, 4 de Outubro de 2024, o Presidente da República, Filipe Nyusi, discursou na cidade de Maputo durante as celebrações dos 32 anos dos acordos de paz assinados em Roma, em 1992.

Filipe Nyusi enfatizou a necessidade urgente de aprimorar a disciplina e a ética nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), especialmente em tempos de conflito.

"É preciso aprimorar a disciplina e a ética, sobretudo a deontologia militar no seio das Forças Armadas de Defesa de Moçambique. No exercício direto das vossas competências, vocês conhecem muito bem a própria lei das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, que é clara ao afirmar que o militar não pode fazer declarações públicas de caráter político ou quaisquer outras que ponham em risco a coesão, conforme o artigo 44. Vocês sabem que a disciplina não pode colocar em causa nem o partidarismo das Forças Armadas, nem desrespeitar o dever de exceção política dos seus elementos. Além disso, vocês sabem que, quando alguém chega à classe do oficialato, já sabe muito bem quais são as suas obrigações como militar, incluindo que não pode, sem autorização superior, fazer declarações públicas que abordem assuntos respeitantes às Forças Armadas", apelou Filipe Nyusi.

O Presidente da República reforçou que, em tempos de guerra, é fundamental a coerência na fala por parte das FADM. Ele advertiu que falhas de comunicação podem resultar em insucessos nas operações, comprometendo a segurança nacional.

"Orientamos para que este aspecto seja escrupulosamente observado, sobretudo em tempos em que estamos em guerra. Quando estamos em guerra, precisamos de uma coerência no que dizemos; caso contrário, no tempo de guerra, podemos não ter sucesso, pois, quando começamos a ouvir conversas de que a operação tal, no sítio tal, falhou por causa disto ou daquilo...", concluiu.

As declarações de Nyusi e as críticas de Capitine refletem a urgência de uma reavaliação da estratégia militar em Moçambique. A situação continua a ser monitorada, enquanto o país enfrenta o desafio de garantir a segurança e a estabilidade em meio a um contexto complexo de conflitos armados. (x)

Por: António Bote

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