As sétimas eleições gerais, realizadas em 9 de outubro de 2024, trouxeram à tona uma nova dinâmica política em Moçambique. Em uma entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias nesta quinta-feira, 10 de Outubro de 2024, representantes da sociedade civil e acadêmicos de Cabo Delgado reflectiram sobre o processo eleitoral, destacando expectativas, conquistas e os desafios que se avizinham.
O representante da sociedade civil, Frederico João, descreveu o ambiente do pleito como pacífico e organizado, embora reconheça que a perfeição é inatingível.
"Este processo de votação foi um dos melhores em termos de calma e harmonia. Apesar de alguns incidentes isolados, nada que comprometesse a integridade do processo, especialmente em Pemba", afirmou João.
No entanto, João expressou indignação com o desempenho da RENAMO, sugerindo que a falta de uma liderança forte contribuiu para a sua queda.
"O que se observa é um voto punitivo em relação à RENAMO, que falhou em manter a confiança dos eleitores. Isso deve servir de alerta para a FRELIMO também, que precisa de uma abordagem renovada e eficaz," destacou.
O acadêmico residente, Aly Caetano,criticou a falta de organização dos órgãos eleitorais, o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) e a Comissão Nacional de Eleições (CNE).
"Apesar de uma redução nas incidências, a ineficiência dessas entidades é preocupante. O processo eleitoral é sensível e precisa ser tratado com a máxima seriedade," ressaltou.
Caetano também apontou para a fraca participação da juventude, que representa 60% da população moçambicana, sugerindo que os jovens ainda hesitam em se engajar nos processos democráticos.
"É fundamental que a juventude se sinta encorajada a participar. Os resultados preliminares parecem indicar uma nova era política, mas o envolvimento jovem é crucial," enfatizou.
Um acadêmico que preferiu permanecer anônimo trouxe uma análise crítica à governança da FRELIMO, afirmando que os resultados atuais devem servir como um chamado à ação.
"As eleições mostraram uma administração fraca da FRELIMO e uma falta de estratégia da RENAMO. Este é um momento de aprendizado, e o novo presidente deve demonstrar uma governança clara e eficaz," concluiu.
À medida que os resultados das eleições de 2024 emergem, Cabo Delgado e o restante de Moçambique enfrentam uma encruzilhada política. O desafio será não apenas interpretar as mudanças, mas também agir em conformidade para construir um futuro mais inclusivo e responsável. (x)
Por: António Bote
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