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terça-feira, 22 outubro 2024 12:51

Moçambique: MISA Moçambique denuncia a violência policiais a jornalistas durante cobertura da greve

Imagem ilustractiva. Imagem ilustractiva.

O MISA Moçambique, em comunicado divulgado na segunda-feira, 21 de Outubro de 2024, alertou sobre um incidente alarmante envolvendo a segurança de jornalistas durante uma manifestação que exigia a transparência nos resultados eleitorais e a responsabilização pelo assassinato do advogado Elvino Dias e do mandatário do Partido PODEMOS.

O ataque ocorreu enquanto jornalistas nacionais e internacionais entrevistavam o candidato presidencial Venâncio Mondlane.

"Nota-se, através de diversas filmagens feitas no local, um cordão de segurança da Polícia antimotim a aproximar-se ao local onde os jornalistas encontram-se a fazer entrevista ao candidato Venâncio Mondlane, deitando tiros e gás lacrimogéneo com intensidade, interrompendo a conversa, dispersando os jornalistas e criando uma tensão. O MISA ainda não terminou o levantamento dos danos causados pela má actuação da Polícia, mas tem registo de que houve ferimentos de alguns jornalistas que se encontravam no local", lê-se no comunicado.

O MISA Moçambique não hesitou em repudiar a acção policial, exigindo um padrão mais elevado de conduta das Forças de Defesa e Segurança.

"O MISA repudia o acto e apela às Forças de Defesa e Segurança a terem uma actuação profissional. Mesmo reconhecendo que a sua actuação pode requerer o uso de gás lacrimogéneo, tal não deve ser indevidamente feito e restringido o direito das liberdades de expressão e de imprensa."

O comunicado sublinha a importância do trabalho dos jornalistas, especialmente em um contexto de agitação política.

"A Polícia deve, além de fazer dos jornalistas alvos, reconhecer a importância do seu trabalho de reportar os acontecimentos caóticos que estão a marcar o período pós eleitoral para o País e o mundo, sendo, por isso, necessário garantir a sua protecção."

O MISA também fez um apelo às autoridades para que respeitem as liberdades fundamentais.

"O MISA insta às autoridades a evitar o uso indevido da força e a respeitarem as liberdades de expressão, manifestação e de imprensa. Por outro lado, o MISA requere que seja feita uma investigação sobre este evento, por forma a apurar se a polícia actuou ou não dentro dos limites permitidos."

Por fim, em meio a um clima de tensão crescente, o MISA deixou um aviso aos jornalistas.

"Nestes tempos de tensão, o MISA adverte a todos os jornalistas realizarem o seu trabalho, cumprindo com os protocolos de segurança, por forma a evitar que sejam alvos da acção da polícia e dos manifestantes." (x)

Por: António Bote

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