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segunda-feira, 18 novembro 2024 06:15

Cabo Delgado: Mulheres grávidas de Mazeze em Chiúre arriscam suas vidas em partos caseiros devido ao terrorismo

Imagem ilustractiva. Imagem ilustractiva.

Mulheres grávidas, sem acesso a qualquer tipo de assistência médica, estão sendo forçadas a dar à luz em casa, colocando em risco suas próprias vidas e as de seus bebês. Este é o cenário aterrador que as mães de Mazeze enfrentam, um posto administrativo do distrito de Chiúre, em Cabo Delgado, que foi severamente devastado por ataques terroristas no início de 2024.

A ausência de unidades de saúde e profissionais capacitados transformou um simples parto em um verdadeiro acto de sobrevivência, evidenciando a dramática falência do sistema de saúde local.

Em entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, esta terça-feira, 12 de Novembro de 2024, a Chefe do Posto Administrativo de Mazeze, distrito de Chiúre, Daniela Tunia, descreveu a precariedade do sistema de saúde local.

"As mulheres grávidas são obrigadas a dar à luz em suas próprias casas, o que coloca em risco a saúde delas e dos bebês. Infelizmente, temos que recorrer a esse método antigo, pois não temos outra opção. A situação é muito difícil e estamos aguardando que o governo, tanto a nível do distrito quanto na província, tome providências para restabelecer os serviços de saúde de forma eficaz", lamentou a Chefe do Posto Administrativo.

Daniela Tunia ressaltou que, embora as brigadas móveis tenham representado um esforço valioso, a falta de infraestrutura e de recursos médicos permanentes continua a colocar vidas em risco.

"Ainda não estão repostos, ainda não estamos a funcionar completamente. Só estão a funcionar brigadas móveis multisectoriais, que atendem em várias aldeias. Cada equipe realiza atividades específicas, como consultas para HIV, cuidados pré-natais e ECMI (Estratégia Combinada de Melhoria de Imunização). Eles vão de aldeia em aldeia, atendem, e depois retornam para a base. Essa tem sido a forma de tentar suprir a necessidade de cuidados médicos", afirmou Tunia, destacando a fragilidade do modelo emergencial.

A dirigente entende que a crise de saúde em Mazeze é um reflexo direto da violência que assolou a província de Cabo Delgado, destruindo não apenas casas e comunidades, mas também toda a estrutura de atendimento à saúde.

"Ainda estamos à espera de um plano mais robusto do governo, com apoio tanto a nível distrital quanto provincial. Não temos a capacidade local para resolver essa situação sozinhos", concluiu Daniela Tunia. (x)

Por: Nazma Mahando

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