Os conflitos de terra em Pemba, Cabo Delgado, reflete uma questão recorrente, onde a posse de terras enfrenta desafios relacionados à informalidade, corrupção e falta de regulamentação clara.
À Zumbo FM Notícias, entrevistou com exclusividade, no passado dia 10 de julho de 2024, três cidadãos moçambicanos residentes na cidade de Pemba, que foram psicologicamente afetados por este problema. Essas narrativas destacam o impacto devastador dessas fraudes, não apenas no aspecto financeiro, mas também emocional e social.
Segundo Alima Alafo, expressa a dor de ver o esforço de anos economizando para garantir um futuro para sua família desaparecer.
"Neste momento, minha cabeça está a doer porque passei muito tempo economizando meu dinheiro. Meus filhos ficavam sem comer, eu não me vestia bem, não vivia bem, porque eu queria ter um espaço para meus filhos e netos. Agora, não sei o que fazer. Fui até as entidades superiores, mas meus pés doem de tanto andar. Eles sempre dizem para voltar amanhã, e assim o tempo passa. Já perdi o terreno e não espero mais recuperá-lo. Perdi meu dinheiro e meus filhos não puderam estudar,” lamentou Alima Alafo.
Lúcia Luís mostra o desespero de quem enfrenta um sistema que não consegue responder às suas demandas com a urgência necessária e diz não ter mais esperança de ter o seu espaço.
“Sinto-me muito mal, porque foram anos economizando meu dinheiro para conseguir meu espaço. Do nada, perdi meu terreno para um golpista. Ele vendeu o terreno para outra pessoa sem eu saber, e só soube através dos meus vizinhos, que me avisaram que o terreno já estava sendo construído por outra pessoa. Quando procurei o senhor que me vendeu o terreno, ele não disse muita coisa. Parece que ele vende terrenos para mais de uma pessoa. O que mais dói é que comprei o terreno há muito tempo e agora estou passando por isso. A polícia foi notificada, mas o senhor não forneceu informações relevantes. O caso está na Procuradoria, e eu não tenho esperança de reaver o terreno, pois a pessoa que está com ele já começou a construção. Acredito que vou acabar perdendo,” disse Lúcia Luís.
Por outro lado, Abibo reforça o apelo à cautela, compartilhando a decepção de ver seus sonhos desfeitos.
“Foi um esforço incomparável tive que vender tomates e outros produtos para comprar um terreno. No entanto, acabei sendo enganado, o que me deixou muito triste, com lágrimas nos olhos. No momento, o caso está nas mãos das autoridades. Apelo a todos para que evitem passar pelo que eu passei,” afirmou Abibo Chabane.
A história de Alima Alafo, Abibo Chabane e Lúcia Luís evidencia o impacto devastador dessas disputas na vida de pessoas que investiram arduamente para adquirir propriedades, apenas para perderem tudo devido a esquemas fraudulentos.
Esses casos demonstram a necessidade urgente de fortalecer os mecanismos de proteção e regulamentação fundiária. Além disso, a inação do Conselho Municipal de Pemba, após quatro meses sem resposta às consultas da Zumbo FM Notícias, agrava a sensação de impotência das vítimas e compromete a confiança nas instituições. (x)
Por: Nazma Mahando
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