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quarta-feira, 04 dezembro 2024 07:44

Cabo Delgado: Paralisação da Mina de Grafite em Balama ameaça economia local e deixa 500 empregos em risco

Imagem ilustrativa. Imagem ilustrativa.

A mina de grafite de Balama, uma das maiores fontes de emprego e desenvolvimento na província de Cabo Delgado, está paralisada há dois meses devido a uma greve liderada pela população local. Os manifestantes, que em 2014 cederam suas terras para a instalação da multinacional australiana Syrah Resources, exigem o pagamento de indemnizações prometidas, alegando que os acordos firmados à época não foram cumpridos.

A situação tem gerado impactos profundos na economia do distrito de Balama, com reflexos tanto no nível de emprego quanto na execução de projetos sociais. O Administrador do Distrito, Edson Lino, em entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias nesta quarta-feira, 04 de Dezembro de 2024, destacou que a paralisação prejudica várias frentes da economia local.

"Certamente impacta naquilo o que é a economia do distrito, através dos empregos diretos, temos empregos indiretos, temos fornecedores da alimentação como vegetais, então naturalmente isso impacta negativamente para a economia local", explicou o Administrador do distrito de Balama, Edson Lino.

Lino explicou que, além da interrupção das atividades produtivas, obras sociais financiadas pela Syrah Resources também foram suspensas. Tais projetos, que incluíam melhorias na infraestrutura comunitária, são considerados essenciais para o bem-estar da população local.

"Outro entretanto, é que nós temos algumas obras que estão correr no âmbito da responsabilidade social, estão ser executadas pela empresa Syrah e assim que estão paralisadas as obras, naturalmente que os projetos sociais também ficam afetados."

A mina emprega entre 400 a 500 trabalhadores permanentes e, em períodos de maior demanda, chega a oferecer trabalho a até 500 pessoas adicionais em contratos temporários, como explicou o administrador.

"A mão-de-obra direta, que está a trabalhar na mina, que está contratada a tempo efetivo, ronda entre 400 a 500 trabalhadores. Temos alguns que fazem trabalhos a tempo certo, também temos os que fazem trabalhos constantes, então, há momentos em que há muita procura da mão-de-obra local, então chegam atingir 200, 300, 400, 500, dependendo daquilo o que são os trabalhos, quer o nível da construção civil, e outros trabalhos adjacentes."

O dirigente enfatizou que, apesar da paralisação, a empresa tem mantido o pagamento de salários e outras remunerações aos funcionários.

"Por enquanto a empresa estão a honrar com os seus compromissos, está pagar salários, e outras remunerações, não está nada cancelado."

O chefe do executivo de Balama, disse ainda que, a inatividade da mina já soma dois meses e levanta preocupações sobre o futuro da exploração de grafite em Balama, um recurso vital para a economia local e global.

"Nós estamos a falar agora de dois meses que a mina do grafite de Balama não trabalha", concluiu Edson Lino.

O governo do distrito busca mediar um diálogo entre a empresa e os manifestantes para garantir o retorno às operações. Enquanto isso, os impactos econômicos e sociais continuam a crescer, e as comunidades locais exigem que suas reivindicações sejam atendidas de forma justa e imediata.

A situação em Balama reflete um desafio maior enfrentado por regiões ricas em recursos naturais: equilibrar o desenvolvimento industrial com as expectativas e os direitos das comunidades locais. A resolução da greve é crucial não apenas para restaurar a normalidade econômica, mas também para fortalecer a confiança entre a população e os investidores. (x)

Por: António Bote

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