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quinta-feira, 19 dezembro 2024 07:33

Cabo Delgado: CTA apela Governo Central isenção de impostos para empresários

Imagem ilustractiva. Imagem ilustractiva.

Na madrugada do dia 15 de Dezembro de 2024, a província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, foi atingida com força por um novo golpe devastador: o ciclone tropical CHIDO. As chuvas torrenciais, os ventos fortes e a destruição generalizada que seguiram o impacto da tempestade trouxeram à tona o peso das dificuldades de uma região que, nos últimos anos, tem sido marcada por uma sucessão de tragédias. O ciclone, que teve sua porta de entrada no distrito de Mecufe, chegou como mais uma brutalidade para uma população já fustigada pelos ataques terroristas implacáveis e pelas feridas ainda abertas da pandemia de Covid-19.

Este novo desastre natural, que se junta a outros eventos catastróficos como o ciclone Kenet e a crise sanitária global, traz consigo uma carga de desespero que parece não ter fim. As ruas, os campos, e até os prédios comerciais e residenciais da região agora estão repletos de escombros, e o futuro da província parece mais incerto do que nunca. Como se não bastasse, o terrorismo ainda mantém uma presença ameaçadora na província, destruindo vidas e estruturas essenciais, enquanto os empresários locais enfrentam o colapso da sua capacidade de gerar emprego e sustentar a economia da região.

Em uma entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, realizada nesta quarta-feira, 18 de Dezembro de 2024, o Presidente do Conselho Empresarial e Representante da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) em Cabo Delgado, Mahumudo Irache, fez um apelo comovente e urgente ao Governo Central. Para ele, é necessário agir rapidamente diante de uma situação que já é insustentável para os empresários da região, cujos negócios foram duramente atingidos pelos desastres naturais e pela insegurança.

“O que eu pediria ao Governo Central é que olhasse a situação da província de Cabo Delgado, especialmente no que diz respeito à tributação. A província já enfrentou vários fenômenos catastróficos, como o ciclone Kenet, a pandemia de Covid-19 e o terrorismo. Agora, estamos lidando com os impactos do ciclone CHIDO. Esses problemas estão afetando as mesmas pessoas, os empresários, que não têm mais condições de pagar suas obrigações fiscais. Portanto, solicito ao Governo Central que adote uma medida para isentar os impostos na província por pelo menos cinco meses”, declarou Irache, com um tom de preocupação e um profundo senso de urgência.

O impacto dos desastres anteriores e das crises em Cabo Delgado é visível nas cicatrizes que marcam a província: muitas empresas fecharam suas portas, milhares de famílias ainda lutam para retomar suas vidas, e as marcas de uma guerra silenciosa contra o terrorismo ainda pairam sobre cada aldeia, cada esquina. Os empresários, que já estavam a lutar para se reerguer após os ciclones anteriores e os longos períodos de incerteza impostos pela pandemia, agora enfrentam a tragédia do ciclone CHIDO como uma cruel repetição de um pesadelo.

Em meio à dor, Mahumudo Irache também pediu ação governamental para ajudar a restaurar a economia local. "Durante este período, seria possível recuperar algo. Pedimos ao Governo que nos apoie, para que possamos reunir esforços e manter as nossas atividades em funcionamento", acrescentou, com uma chama de esperança que, mesmo em tempos sombrios, insiste em não se apagar. A proposta de isenção de impostos é um pedido não apenas financeiro, mas simbólico: uma oportunidade para as empresas se reerguerem e reconquistar o que foi perdido.

O apelo de Irache vai além das questões fiscais. Ele também fez um chamado à união e à resiliência dos empresários locais, que, apesar das dificuldades, continuam a lutar pela recuperação da província. “Primeiramente, quero consolar todos os empresários da província. Peço mais uma vez coragem e resiliência diante da situação. Devemos arregaçar as mangas e continuar o trabalho”, disse ele, com um espírito de solidariedade que reconhece as dores, mas também a força que se esconde em cada desafio.

Cabo Delgado, no entanto, precisa mais do que palavras. A província precisa de ações concretas e rápidas, que garantam a reconstrução das infraestruturas destruídas, a proteção das vidas humanas e, sobretudo, o apoio irrestrito às empresas locais, que são o pilar econômico da região. Sem isso, o futuro de Cabo Delgado, tão marcado por cicatrizes profundas, continuará a se desmoronar, levando consigo as esperanças de um povo que, apesar de tudo, ainda insiste em reconstruir sua dignidade e seu futuro. (x)

Por: António Bote

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