O silêncio da noite de sexta-feira, 03 de janeiro de 2025, foi interrompido por tiros que trouxeram dor e medo ao bairro Matuto 4, em Montepuez. Eram 21 horas quando o Chefe de Mobilização do Partido PODEMOS, uma figura central na luta política do distrito, foi brutalmente assassinado. Ao seu lado, uma mulher ficou ferida, mas sobreviveu.
Este ato violento ocorreu semanas após Montepuez ter sido palco de intensas manifestações populares contra os resultados das eleições de 2024. Durante os protestos, uma pessoa foi baleada pela polícia e perdeu a vida, enquanto várias outras contraíram ferimentos. Contudo, o assassinato do líder político não está relacionado diretamente com as manifestações, e os autores do crime ainda são desconhecidos.
"De facto, nós acabamos tomando conhecimento que ontem sexta-feira, no distrito de Montepuez pelas 21 horas, houve um baleamento no bairro Matuto 4. A polícia deslocou-se para lá, então confirma que houve dois cidadãos, um do sexo masculino e outro do sexo feminino, teriam sido alvejados com arma de fogo. A cidadã do sexo feminino teria contraído ferimentos, mas está fora do perigo, enquanto que o cidadão dos seus 31 anos de idade teria perdido a vida no local", relatou o Chefe das Relações Públicas no Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM), em Cabo Delgado, Aniceto Magome, numa entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, neste sábado, 04 de Janeiro de 2025.
A cena do crime, segundo testemunhas, estava marcada pelo desespero de moradores que não apenas perderam um líder, mas também viram a sombra da violência se alongar sobre suas vidas. Enquanto isso, uma equipe técnica composta pela PRM e pelo Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) realizava as perícias no local. O corpo da vítima foi conduzido ao Hospital Rural de Montepuez.
"Houve uma equipa técnica que se deslocou ao local que é para efeito de perícia, em uma equipa multissectorial e que para além da polícia da PRM, esteve lá o SERNIC. Fez-se no local e daí, levou-se o corpo do finado para o hospital rural de Montepuez", detalhou Magome.
No entanto, o vazio deixado pela morte não será facilmente preenchido. Para os moradores de Montepuez, que já enfrentam instabilidade e desafios, a perda do Chefe de Mobilização do PODEMOS representa mais do que um crime – é um reflexo de tempos difíceis.
As autoridades afirmam estar empenhadas em esclarecer o caso e capturar os autores do crime.
"Neste momento, há trabalhos que estão em curso para o esclarecimento do caso e neutralizar os autores. Nós estamos a trabalhar com várias linhas que temos como informação, é no sentido de seguirmos e apurarmos qual delas nos leva aquilo o que é o resultado desejado, que é a neutralização, responsabilização das pessoas que cometeram este crime de assassinato", garantiu Magome.
A tragédia aprofunda a dor de um distrito que ainda tenta se reerguer após as recentes manifestações. A comunidade de Montepuez, agora imersa em luto e incerteza, aguarda por respostas enquanto tenta processar a perda de mais uma vida em meio a um cenário tão conturbado. (x)
Por: António Bote
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