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sexta-feira, 10 janeiro 2025 11:17

Moçambique: Cancelado passaporte diplomático de Venâncio Mondlane ao chegar ao país

Candidato presidencial Venâncio Mondlane, momentos após a sua chegada à cidade de Maputo. Candidato presidencial Venâncio Mondlane, momentos após a sua chegada à cidade de Maputo.

A situação política em Moçambique atingiu um novo ápice de tensão na quinta-feira, 9 de Janeiro de 2025, com o confisco do passaporte de Venâncio Mondlane, um dos principais líderes da oposição, ao chegar ao Aeroporto de Mavalane, após quase três meses de exílio. A retenção do documento, efetuada pelos serviços migratórios do país, ocorreu no contexto de uma série de protestos liderados por Mondlane contra alegadas fraudes nas eleições gerais de Outubro de 2024.

De acordo com uma publicação nas redes sociais do seu assessor político, Dinis Tivane, a justificativa apresentada pelas autoridades de imigração foi que Mondlane havia renunciado ao seu estatuto de deputado da Assembleia da República. A explicação, conforme exposta na nota, argumenta que, por ter abandonado o cargo de deputado, o político deixou de ter direito ao uso do passaporte diplomático, que confere isenção de vistos em viagens internacionais.

No entanto, a explicação não convenceu os aliados de Mondlane, que consideram a medida uma clara tentativa de intimidação política. Tivane enfatizou que, apesar de sua desistência do cargo, Mondlane continua sendo um líder legítimo com uma ampla base de apoio, especialmente após a denúncia de resultados "fraudulentos" nas recentes eleições, que o colocaram como o segundo candidato presidencial mais votado.

O assessor não poupou críticas ao governo, acusando-o de agir de maneira autoritária e de utilizar o aparelho do Estado para intimidar aqueles que se opõem ao regime. "A retenção do passaporte é um sinal claro de que querem manter Venâncio Mondlane sob controlo. Estamos a enfrentar uma estratégia que visa silenciar a oposição, e esta é apenas a primeira parte do processo", declarou Tivane.

A tensão promete aumentar, com o assessor afirmando que serão tomadas medidas legais para reaver o passaporte de Mondlane, e prometendo expor os responsáveis por esta ação que considera ilegal. "Estamos a apenas começar. A luta pela justiça será implacável e vamos revelar toda a sujeira escondida por aqueles que confundem o Partido com o Estado", afirmou Tivane.

O incidente reacende o debate sobre a liberdade política em Moçambique e a crescente repressão contra os opositores do governo, alimentando ainda mais as críticas sobre a transparência das eleições de outubro e o clima de polarização política no país. As próximas ações legais e políticas de Mondlane e seus aliados podem desencadear novos confrontos no já volátil cenário político moçambicano. (x)

Por: António Bote

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