A nova Assembleia da República da 10ª legislatura foi oficialmente formada após a tomada de posse dos deputados eleitos nas eleições gerais de 2024. A FRELIMO e o Podemos, que detêm a maioria dos assentos, tomaram posse, enquanto os deputados da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) decidiram se ausentar, alegando que aceitar sua posse significaria endossar uma alegada fraude eleitoral, que, segundo a oposição, teria ocorrido durante o processo eleitoral.
Neste contexto tenso e de grandes expectativas, o Bispo da Diocese de Pemba, Dom António Juliasse, fez duras críticas à postura dos parlamentares e, em uma entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, nesta segunda-feira, 13 de janeiro de 2025, pediu maior responsabilidade e seriedade dos membros do parlamento.
“Não queremos que tomem uma postura como a que nos habituaram anteriormente, uma postura infantil, muito concentrada em insultos. Isso é muito estranho. Esperamos que levem os problemas estruturais para o parlamento, e esperamos isso de todas as bancadas: Podemos, Frelimo, Renamo e MDM. A bancada da Frelimo, que é a maioritária desta vez, o povo espera que não entre no parlamento para defender interesses que não sejam os do povo, mas sim os interesses comuns de todos os moçambicanos. A Frelimo deve lutar para que a escolha do povo seja respeitada e fiscalizada, para que o nosso governo possa ter um bom desempenho. Uma boa Assembleia da República, fiscalizadora, garantirá que tenhamos um governo com bom desempenho.”
Disse Dom António Juliasse, reafirmando a necessidade de uma atuação responsável e focada nos interesses nacionais.
O Bispo também ressaltou a importância do diálogo como ferramenta essencial para a resolução dos problemas do país, especialmente em um momento em que a violência e os conflitos continuam a afetar a população.
“O diálogo é o caminho. Os moçambicanos devem resolver seus problemas utilizando o diálogo, e não as armas, como estamos vendo. Há tantas pessoas mortas. O diálogo é fundamental, e é preciso compreender que a razão não está apenas de um lado. Todos devem se sentar à mesa com honestidade e sinceridade, em prol do povo moçambicano. O que for válido para o bem do povo deve ser aceito por todos, para o bem de todos”, afirmou.
Além disso, Dom António Juliasse destacou a relevância de permitir que novos grupos políticos e figuras emergentes desempenhem um papel ativo nas mudanças que o país tanto precisa.
“Não podemos ter receio do novo. Devemos abrir oportunidades para todos os moçambicanos. Não podemos falar apenas do desempenho inicial. Eles se uniram e concorreram como um partido nas últimas eleições, tiveram a sorte de ser eleitos ou o povo moçambicano encontrou credibilidade neles, ligados à vitória de Modalane. Agora, estão no parlamento. São novos, e o povo está atento. Sendo um grande partido da oposição neste momento, devem lutar verdadeiramente pelas mudanças que o povo espera”, disse o Bispo.
Em relação ao novo governo, Dom António Juliasse espera que o presidente eleito, que tomará posse no dia 15 de janeiro, traga propostas inovadoras e eficazes para o parlamento.
“Também esperamos que o presidente eleito tenha a responsabilidade de trazer propostas inovadoras ao parlamento, com políticas mais abrangentes e eficazes, para que o governo seja realmente fiscalizado em nome do povo”, concluiu o Bispo.(x)
Por: Bonifácio Chumuni
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