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sábado, 15 fevereiro 2025 06:15

Moçambique: Analistas afirmam que custo de vida já era elevado antes das manifestações

Imagem ilustractiva. Imagem ilustractiva.

Nesta quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025, a Zumbo FM Notícias ouviu acadêmicos sobre o posicionamento do Governo em relação ao custo de vida em Moçambique. Para os especialistas, embora as manifestações tenham tido impacto na economia, não podem ser apontadas como a principal causa do agravamento da situação, uma vez que o problema já existia antes dos protestos.

O acadêmico Frederico João argumenta que as manifestações não devem ser vistas como a raiz da crise, mas sim como um reflexo do elevado custo de vida que a população já enfrentava.

"Eu penso que as manifestações não podem ser culpadas pelo aumento do custo de vida. Talvez o contrário: elas são o reflexo da crise que o país atravessa. É sabido que a faixa etária produtiva é composta, em grande parte, por jovens, e muitos deles estão desempregados. Essa falta de oportunidades gera insatisfação, que, por sua vez, impacta o poder de compra da população. O problema não está apenas na economia estagnada, mas também na desigualdade social. De um lado, pessoas vivendo na penúria; do outro, uma elite com acesso a tudo. Não há uma classe média forte que possa equilibrar a economia. Dessa forma, as manifestações podem ter agravado alguns setores no curto prazo, mas a verdadeira raiz do problema está nas políticas públicas que não fomentam o crescimento e a inclusão da juventude no mercado de trabalho."

Na mesma linha, o analista Aly Caetano reforça que o custo de vida elevado é um problema estrutural, que não surgiu recentemente.

"O custo de vida não começou agora. Trata-se de um problema antigo. É inegável que as manifestações tiveram impacto na economia nacional, mas, por si só, não são suficientes para justificar o aumento dos preços e o agravamento da crise."

Para Frederico João, o Governo precisa adotar medidas concretas e estruturais para revitalizar a economia e aliviar o peso dos impostos sobre os agentes econômicos.

"O Governo tem suas estratégias, e em breve veremos o Plano Quinquenal e o orçamento a ser proposto. Mas é fundamental que sejam feitas reformas estruturais profundas, garantindo que os benefícios alcancem toda a população e não apenas determinados grupos. Além disso, é necessário reduzir a carga fiscal para incentivar o setor privado. Atualmente, nossa base tributária não é ampla, mas os impostos são excessivamente pesados. Se houver coragem para aliviar essa carga, os empresários poderão investir mais, o que significa a criação de empregos e um impulso à economia. Também é essencial garantir segurança e estabilidade para atrair investimentos estrangeiros diretos."

Já Aly Caetano destaca que a falta de estabilidade política e social pode dificultar ainda mais a recuperação econômica do país.

"Nenhum investidor coloca dinheiro em um país sem paz e sem estabilidade política. Ninguém sabe se um caminhão de arroz será vandalizado, se a população voltará a se revoltar ou se uma nova onda de manifestações poderá paralisar a economia. Com a situação atual do país, será extremamente difícil para o governo de Daniel Chapo mobilizar fundos internos e externos."(x)

Por: Esperança Picate

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