O Administrador do distrito de Chiúre, Oliveira Amimo, acusou a autarquia local, gerida pelo partido Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO), de bloquear a assistência humanitária à população afetada pelo ciclone tropical CHIDO. Durante a Conferência Anual de Coesão Social, realizada em Pemba no dia 19 de Fevereiro de 2025, Amimo afirmou que a edilidade tem retido informações essenciais, o que tem impedido uma resposta eficaz à crise humanitária no distrito.
A falta de colaboração entre o governo distrital e a autarquia tem gerado um ambiente de desconfiança, comprometendo a coordenação das ações de apoio às vítimas do ciclone. Amimo destacou que, apesar dos esforços do governo distrital, a ineficiência na partilha de informações, principalmente sobre o número de afetados, tem resultado na falta de assistência a várias áreas de Chiúre.
"Nós temos algumas especificidades ao nível do distrito de Chiúre em que o Governo está a agir neste momento com a presença de dois políticos, temos o partido Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO) a gerir ao nível da autarquia, e ao nível do distrito, está a gerir o governo distrital, portanto, isso é uma fonte de muitas contradições que nós de facto precisamos da coesão social", afirmou o Administrador.
De acordo com Amimo, no início da crise, foi acordado com a edilidade que seria feito um levantamento dos afetados pelo ciclone, mas, no dia marcado para a ação, a autarquia não compareceu. Essa falha na comunicação resultou em pelo menos cinco bairros de Chiúre sem qualquer tipo de assistência humanitária.
"Eles deveriam nos dar informações, mas simplesmente não vieram, e como consequência, nós ficamos com volta de cinco bairros sem, ao nível autárquico, que não tiveram assistência humanitária por causa dessa disponibilização da informação", lamentou Amimo, que também se mostrou frustrado com a situação.
Segundo o governante, a crise de comunicação entre as partes envolvidas tem dificultado a gestão da crise pelo governo distrital, que continua a ser cobrado pela população.
"Isso dificulta como autoridade, tanto como do próprio Distrito", disse Amimo, explicando que a falta de colaboração da autarquia tem prejudicado a ação governamental.
Em resposta às acusações, o edil de Chiúre, Alicora Intutunha, negou qualquer obstáculo à assistência humanitária e afirmou que a colaboração entre a autarquia e o governo distrital sempre existiu. Em entrevista à Zumbo FM Notícias neste sábado, 22 de Fevereiro de 2025, Intutunha alegou que as informações recebidas pelo Administrador não correspondem à realidade, destacando que, embora apenas quatro bairros não tenham recebido assistência, a autarquia tem colaborado desde o início.
"Se então, se diz que o Presidente do município não colaborou. Eu tenho a certeza de que colaboramos, até o próprio senhor Administrador talvez que nos deu as costas", disse Intutunha.
O distrito de Chiúre, localizado na província de Cabo Delgado, tem enfrentado múltiplos desafios desde o agravamento da crise humanitária na região, que inclui o impacto dos conflitos armados e a devastação causada por ciclones. O partido RENAMO, actualmente a gerir a autarquia de Chiúre, é um dos principais actores políticos da província, frequentemente em desacordo com as autoridades governamentais locais. (x)
Por: António Bote
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