Em entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias neste sábado, 08 de Março de 2025, o Administrador do distrito de Balama, Edson Lino, forneceu detalhes importantes sobre a actual fase de negociações entre o governo, as empresas de exploração de grafite e as comunidades locais, após o conflito ocorrido no final de 2024, quando a população local invadiu a maior mina de grafite do mundo, exigindo compensações adequadas pelas perdas que sofreram devido ao reassentamento.
O Administrador começou por contextualizar o problema histórico que remonta aos anos de 2014, 2016 e 2017, quando muitas famílias foram reassentadas, mas o processo de indemnização apresentou várias falhas. Ele explicou que a falta de compensação justa levou a uma série de reclamações por parte das comunidades afectadas: "Mas primeiro devo contextualizar o problema, no período de 2014, 2016 a 2017 ocorreu o reassentamento de algumas famílias e não é que as famílias de fato tiveram acesso às suas machambas, e é lá onde ocorre a exploração do grafite nas machambas. Então, em algum momento, houve algumas lacunas no processo de indemnização. As comunidades reclamaram e nós achamos que era uma oportunidade extra de saber o que restou do reassentamento do passado para ver se podemos remediar algumas lacunas", explicou.
O momento de tensão e reivindicação tomou forma no final de 2024, quando a população de Balama, diante da frustração acumulada, invadiu a mina de grafite, gerando um cenário de grande visibilidade e pressão para que o processo de indemnização fosse finalmente cumprido. Esse ato de contestação se tornou um marco importante, levando o governo a intervir de forma mais activa nas negociações.
De acordo com Administrador, Edson Lino, as conversações estão agora em andamento e com um progresso significativo.
"Com satisfação, neste momento, as negociações estão num bom ritmo e estou querendo acreditar que na próxima semana darei informações positivas sobre os avanços e os fechos que estão a decorrer", afirmou o Administrador. Ele acrescentou que uma equipa do reassentamento da província está actualmente a fazer a aferição dos hectares de terra perdidos por cada família, de forma a calcular os valores exactos das indemnizações a serem pagas.
"Estamos já num passo muito bom entre as famílias, neste caso a comunidade e a empresa. Nós, como governo, estamos a mediar este processo", disse Lino, transmitindo otimismo de que uma resolução satisfatória será alcançada em breve.
A resolução desse impasse é aguardada com grande expectativa pelas comunidades de Balama, que, ao longo dos anos, têm sofrido as consequências da exploração de grafite sem receber as compensações devidas. O processo de indemnização tem sido uma demanda constante das famílias reassentadas, que perderam terras essenciais para o sustento de suas vidas, especialmente nas áreas onde a exploração de grafite se intensificou.
Através de um esforço contínuo, o governo espera solucionar as lacunas do processo de reassentamento e garantir que as famílias afectadas sejam adequadamente compensadas, encerrando um capítulo de tensões e incertezas no distrito. (x)
Por: António Bote
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