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terça-feira, 18 março 2025 16:43

Cabo Delgado: CTA alerta para escassez de combustíveis e aumento de preços de produtos devido à destruição de infraestruturas pelo ciclone "Jude"

Imagem ilustractiva. Imagem ilustractiva.

Em uma entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias neste sábado, 15 de Março de 2025, o Presidente do Conselho Empresarial e Representante da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) em Cabo Delgado, Mahamudo Irachi, expressou sérias preocupações sobre os impactos do ciclone tropical "Jude" que afetou severamente a região norte do país, com maior foco na província de Nampula, que liga com Cabo Delgado. O ciclone causou danos consideráveis às infraestruturas da província, prejudicando ainda mais o já desafiador cenário econômico local.

De acordo com Irachi, as inundações resultantes das fortes chuvas associadas ao ciclone afetaram severamente a infraestrutura, especialmente as pontes no Rio Monapo e no Rio Meguburi, que já estão destruídas. "A nossa situação vai piorar, porque as duas pontes que já se destruíram, estamos a falar de no Rio Monapo e Rio Meguburi, às águas até agora estão a circular. A previsão não é de um dia nem de uma semana, e, às chuvas até agora ainda caem, então isso pode vir a afetar negativamente a nossa província", alertou Irachi.

Irachi também destacou que uma alternativa está sendo considerada para contornar o bloqueio das vias, sugerindo o uso do percurso pelo distrito de Balama – Marrupa – Cuamba. No entanto, ele apontou várias limitações dessa opção: "Equaciona-se fazermos um giro à via do distrito de Balama – Marrupa – Cuamba, mas esta via também tem seus controvérsios. Primeiro, é uma via longa, e depois de ser longa, a própria via em alguns troços não está nada bem. Estamos a falar do troço Pemba – Montepuez, estamos a falar de Marupá a Cuamba, estamos a falar de terra batida, também as condições não favorecem. Vamos falar, por exemplo, também nas vias de Cuamba Lúrio, também a situação não está em condições, estamos a falar da situação de Mutuali a Malema, praticamente o trânsito não favorece a circulação como devia ser", explicou.

O impacto nas condições de transporte e a precariedade das vias pode resultar em aumentos significativos nos custos de mercadorias. "Isso quer dizer que se os nossos empresários conseguirem fazer este trajeto, o custo da mercadoria até chegar em Pemba vai ser muito maior", observou Irachi.

A crise de produtos é uma preocupação crescente, devido aos danos causados pelo ciclone. "O risco de termos escassez de produtos é eminente, podemos ter escassez dos produtos", advertiu, ressaltando que, embora os comerciantes tenham conseguido manter os estoques até agora, a situação tende a piorar. "Até ontem, manteve-se o stock e os preços eram os mesmos. Porque a gente sabia que ia acontecer o ciclone, os comerciantes conseguiram fazer aprovisionamento nos armazéns. Pelo menos, temos stock que possa nos levar até dia 25 de março. Agora, do dia 25 para lá, já vamos equacionar os custos de como em que devem ser. Porque já vamos ter que usar outra alternativa para fazer chegar a mercadoria em Pemba", destacou Irachi.

A crise de produtos também está diretamente ligada à elevação dos preços. "Se a gente faz o trajecto de Cuamba, o produto vamos ter na praça, mas os preços que serão estipulados vão ser preços acelerados, não vão ser preços que estamos a fazer actualmente", afirmou, refletindo sobre as consequências da escassez.

Além disso, a escassez de produtos pode ser agravada pela falta de combustíveis.
"Provavelmente teremos escassez dos combustíveis, porque os combustíveis que usamos aqui em Cabo Delgado vêm de Nampula", alertou Irachi, sublinhando que a falta de alternativas eficazes para o transporte de mercadorias na região pode tornar a situação ainda mais difícil.

O Presidente do Conselho Empresarial também mencionou a questão da capotagem marítima, uma proposta que visava resolver, entre outros problemas, a dificuldade no transporte de mercadorias e combustíveis. "Nós já tínhamos falado sobre este assunto com o Governo da província para ver se podemos introduzir a capotagem marítima, e me lembro, um tempo lançou-se aqui essa capotagem, era exatamente para resolvermos esses problemas. Mas, infelizmente, a capotagem até hoje não arrancou e não sabemos quando é que vai arrancar", lamentou.

Diante dessa situação, empresários locais e a população de Cabo Delgado seguem em alerta, aguardando soluções urgentes que possam mitigar os efeitos das adversidades climáticas, o aumento de preços e a falta de infraestrutura que ligam a província de Cabo Delgado e a província de Nampula. (x)

Por: António Bote

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