A recente escassez de combustíveis que se registou na terça-feira e quarta-feira (18 a 19) de Março de 2025, em Cabo Delgado causou danos económicos consideráveis à província, com perdas estimadas entre 42 a 50 milhões de meticais, conforme revelou Mahamudo Irachi, Presidente do Conselho Empresarial e Representante da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) em Cabo Delgado.
Em uma entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, realizada nesta quinta-feira, 20 de Março de 2025, Irachi detalhou os efeitos devastadores dessa situação, que afetou diretamente o setor informal e as atividades de transporte na região.
"Se formos a fazer as contas, estamos a falar de mais ou menos de 42 a 50 milhões de meticais que a província perdeu", revelou Mahamudo Irachi, destacando o impacto financeiro direto da falta de combustíveis.
O principal motivo para a falta de combustíveis foi uma série de complicações no processo de descarga do navio de carregamento que chegou no final da semana passada. O navio conseguiu atracar e iniciar o bombeamento para os depósitos, mas o processo foi prejudicado pela destruição das bombas de abastecimento devido ao ciclone "Jude", que afetou as operações no local.
"O Navio de carregamento de combustíveis chegou no final da semana e conseguiu fazer a atracagem e, depois de atracar, iniciou o bombeamento para os depósitos. Então, nesse período de bombeamento para os depósitos, com a situação que nós conhecemos do ciclone 'Jude', houve roturas nas bombas dos abastecimentos dos combustíveis, porque o método de descarregamento de combustíveis obedece a alguns padrões. Não poderia se descarregar e abastecer-se nas bombas no mesmo dia que o navio chegou, razão pela qual tivemos dois dias consecutivos sem combustíveis", explicou Mahamudo Irachi.
A falta de combustíveis durante esse período gerou um impacto direto no funcionamento da economia local. "De fato, houve impacto na economia, muitos chapeiros não se fizeram ao trabalho, foram dois dias sem trabalho, moto-táxistas não estiveram a fazer a operação, e isso culminou neste impacto", disse Irachi, destacando a paralisação de setores essenciais que dependem do abastecimento contínuo de combustíveis.
A situação foi agravada pela demora no reabastecimento, com os níveis de combustível nas bombas ainda baixos. "Hoje, acabo de fazer uma ronda nas bombas, agora as bombas estão quase vazias, isso quer dizer que a comunidade consumiu e já está a consumir os combustíveis normalmente", completou.
A perda econômica para a província é alarmante, e Mahamudo Irachi sublinhou a necessidade urgente de medidas para evitar que situações semelhantes aconteçam no futuro, de modo a proteger a economia local e garantir a estabilidade no abastecimento de combustíveis essenciais para a população.(x)
Por: António Bote
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