O chefe do escritório da Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN) em Cabo Delgado, Nocif Magaia, declarou nesta quinta-feira, 24 de abril de 2025, que há uma crise silenciosa afetando os direitos humanos das mulheres na região. Magaia falou durante a reunião do Comitê Diretor do projeto "Promover a Recuperação Socioeconômica e a Resiliência das Mulheres e Meninas Deslocadas e Retornadas Internamente no Norte de Moçambique".
Segundo ele, entre as várias crises que atingiram Cabo Delgado, uma delas se desenvolve de forma oculta e pouco percebida: a deterioração dos direitos das mulheres e o enfraquecimento da agenda de empoderamento feminino.
"Em todas as crises humanitárias, como ocorre em Cabo Delgado, há uma outra crise silenciosa que se desenrola nas sombras: a dos direitos humanos das mulheres, marcada pelo enfraquecimento da agenda do empoderamento feminino", declarou Magaia.
Magaia destacou que essa crise muitas vezes não aparece nas estatísticas, nem recebe a atenção necessária, mas seu impacto sobre as mulheres é profundo e duradouro. Para a ADIN, o projeto de recuperação socioeconômica e resiliência das mulheres deslocadas e retornadas no norte de Moçambique está alinhado aos seus objetivos, pois resgata e fortalece essa pauta.
"Essa crise passa despercebida aos olhos de muitos, e até mesmo das estatísticas, mas as mulheres são a face mais visível e duradoura da instabilidade. Por isso, a ADIN reconhece que este projeto fala a nossa língua: ele promove o resgate da agenda de empoderamento das mulheres no norte de Moçambique", reforçou Magaia.
Por outro lado, a Secretária Permanente do distrito de Palma, Laurinda Tina de Fátima Luciano, também ressaltou a importância da iniciativa, afirmando que sua implementação será essencial para a reconstrução da vida das mulheres que perderam tudo durante os conflitos armados.
"A implementação deste projeto em Palma é uma grande conquista. A verdade é que Palma precisa dessa iniciativa. Aqui, temos quase todas as mulheres retornadas; saímos após a guerra e voltamos depois dela. Não somos deslocadas, mas todas perdemos muito. Neste momento, precisamos nos reerguer", afirmou Laurinda Luciano.
O projeto é uma iniciativa da ONU Mulheres, em parceria com a Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN) e com o apoio da Agência de Cooperação Internacional da Coreia (KOICA). Sua atuação abrangerá distritos fortemente afetados pelos conflitos armados, incluindo Mocímboa da Praia, Palma, Nangade, Macomia, Quissanga e Muidumbe. (x)
Por Esperança Picate
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