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segunda-feira, 19 maio 2025 05:33

Cabo Delgado: Insegurança e eventos climáticos condicionam turismo de lazer e férias para Pemba

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O turismo na província de Cabo Delgado enfrenta severas limitações, com destaque para o colapso do turismo de lazer e férias. A informação foi avançada por segundo vice-presidente da Associação do Turismo na Província de Cabo Delgado, Óscar Soares, em entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, nesta sexta-feira, 16 de Maio de 2025.

Segundo Soares, o atual cenário turístico é profundamente condicionado pela insegurança e por eventos adversos que marcaram os últimos anos. “O turismo em Cabo Delgado neste momento é praticamente só para negócios e trabalho. Verifica-se muito pouca procura para o turismo de lazer e férias, devido à situação que todos conhecemos. Depois da COVID-19, tivemos o ciclone e agora é a questão da insurgência que tem afetado várias zonas da província”, explicou.

A cidade de Pemba é atualmente o único ponto considerado acessível para visitantes. “As zonas mais ou menos acessíveis para o turismo em Cabo Delgado são, praticamente, apenas a cidade de Pemba. Ainda se verifica alguma atividade na área de acomodação, restauração e lazer, num contorno de segurança e eficácia. As ilhas turísticas estão encerradas ou fechadas. Em outros distritos há algumas pensões ou residenciais, mas são usadas mais para trabalho”, detalhou.

O dirigente revelou ainda que o número de turistas internacionais é bastante reduzido, sendo a maioria das visitas motivadas por trabalho de organizações não governamentais ou técnicos de outras províncias. “Não temos números exatos dos turistas que entraram desde janeiro, mas posso garantir que turistas internacionais são muito poucos. O que tem havido mais é turismo de trabalho, com ONGs e técnicos que vêm de outras províncias.”

Sobre a segurança, reconheceu que a situação é complexa.

“A questão da segurança é complicada. A insurgência envolve violação de propriedades, destruição de infraestruturas e até raptos. Cabe às Forças de Defesa e Segurança (FDS) determinar que zonas estão livres e seguras. Nós, do setor do turismo, apenas promovemos, divulgamos e tentamos atrair turistas. Também podemos atuar como vigilantes, informando as autoridades sobre suspeitas em determinadas áreas.”

Apesar das dificuldades, Soares expressou esperança na recuperação do setor.

“Esperança todos nós temos. Temos potencial, temos a nossa cultura, o nosso povo. Queremos trabalhar e implementar os nossos projetos. Alguns já estão erguidos, mas não podemos abrir. Estão à espera do que vai acontecer.”

O próprio dirigente tem uma iniciativa suspensa, à espera de melhores condições.

“Falando pessoalmente, o meu projeto turístico também está parado. Assim que tivermos segurança, acredito que o turismo poderá voltar ao seu apogeu, como há dez anos atrás.”

Quanto ao comportamento dos visitantes, reforçou: “Em qualquer parte do mundo, se não há segurança, ninguém quer ir. Toda viagem começa com a avaliação da segurança.”

Até à data da entrevista, a província ainda não contava com dados consolidados sobre a perda de turistas em 2025. “Estamos no quinto mês do ano e infelizmente ainda não temos nenhuma informação concreta sobre a perda de turistas”, disse.

No que toca à infraestrutura, Soares revelou que vários empreendimentos fecharam. “Existem entre cinco a sete estabelecimentos turísticos que encerraram. Eram grandes infraestruturas turísticas aqui na província”, concluiu. (x)

Por: António Bote

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