As companhias aéreas e aeroportos norte-americanos estão a reforçar a segurança nos voos para a capital, Washington, tendo a Delta Air Lines e outras anunciado a proibição do transporte de armas em bagagem de porão.
As medidas surgem dias depois da invasão do Capitólio, em 06 de janeiro, por apoiantes do Presidente cessante, Donald Trump, e de confrontos politicamente motivados em alguns voos.
A Delta Air Lines foi a primeira a anunciar a proibição do transporte de armas em voos para aeroportos na zona de Washington, tendo as companhias aéreas United, Alaska e American seguido restrições semelhantes.
As restrições começarão a ser aplicadas neste sábado e prolongar-se-ão até ao dia 23, um período que integra a tomada de posse do sucessor de Trump, o democrata Joe Biden, no dia 20.
"Estamos em alerta máximo com base nos eventos das últimas semanas em Washington", disse o presidente do conselho de administração da Delta Air Lines, Ed Bastian, na estação de televisão CNBC.
Entre outras medidas anunciadas pelas companhias aéreas está a suspensão do serviço de álcool em voos de e para Washington pela American Airlines e a retirada das tripulações de hotéis no centro da capital.
No início desta semana, a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla inglesa) anunciou que irá reforçar a aplicação das regras contra a interferência ou agressão de membros da tripulação das companhias aéreas ou de outros passageiros.
A FAA acrescentou que nos próximos dois meses deixará de reprimir os infratores e que estes serão logo submetidos à lei, enfrentando acusações, multas ou até penas de prisão.
O administrador da FAA, Stephen Dickson, apontou que os recentes distúrbios em aviões são "uma tendência depois da invasão ao Capitólio".
Deputados e o líder do maior sindicato de assistentes de bordo dos EUA apelaram ao FBI para colocar os que participaram na invasão ao Capitólio na lista federal de proibições de voo, uma medida que um funcionário do departamento policial disse, na terça-feira, estar a ser considerada.
Bastian acrescentou que a Delta "aumentou significativamente" a sua segurança nos aeroportos e nos aviões de olhos postos na tomada de posse de Biden.
O especialista em segurança aérea Jeffrey Price, da universidade Metropolitan State de Denver, defendeu que o Governo federal deve aumentar a presença de agentes em aviões que voem de e para a capital.
"Tem havido demasiados incidentes de interrupções de voo e não se deve esperar que a tripulação no voo trate destes", apontou.
A lei federal norte-americana permite que os passageiros coloquem armas na bagagem de porão, desde que estas estejam descarregadas e numa mala fechada, mas não permite que armas ou munições sejam transportadas em bagagem de mão.
Dois dias depois da invasão ao Capitólio, que resultou na morte de cinco pessoas, os inspetores da Administração para a Segurança nos Transportes (TSA, em inglês) identificou um passageiro que transportava 100 balas na sua bagagem de mão.(x) Fonte: Notícias ao Minuto