A fraca fiscalização da lotação nos autocarros, na cidade de Maputo, tem colocado os utentes em permanente risco de contágio pela Covid-19, numa altura em que a capital do país regista umm aumento significativo do número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus e de mortes pela doença.
A limitação do número de passageiros transportados foi imposta no contexto das medidas de prevenção do contágio pela Covid-19, no princípio do ano passado, mas nos dias que correm, a situação parece ter voltado à normalidade com os transportes a circularem completamente lotados.
Os passageiros viajam apinhados e há quem nem sequer usa a máscara de protecção.
No terminal do Zimpeto, alguns utentes de transporte reconheceram o perigo que a superlotação representa, tendo solicitado a alocação de mais viaturas para os vários destinos, em especial para Muhalaze, Santa Isabel e Matola “H”.
Júlio Manhiça, passageiro com destino à Muhalaze, revelou que, por vezes, os agentes da Polícia Municipal alertam para o cumprimento da lotação, o que chega a não acontecer porque há falta de transporte, principalmente nas horas de ponta.
Mário Tomás, operador na mesma rota, disse que já foi multado por superlotação, mas afirmou que os passageiros forçam-no a desrespeitar a medida.
“As pessoas imploram mesmo sabendo que a viatura está superlotada”, referiu.
Fonte da Polícia Municipal, afectano posto do Zimpeto, revelou que, nas primeiras horas do dia, o efectivo tem sensibilizado os passageiros e motoristas a respeitarem a prevenção da Covid-19.
“A falta de transporte faz com que alguns casos de incumprimento da medida de lotação aconteçam à nossa vista”, lamentou.
Reagindo ao facto, a vice-Ministra dos Transportes e Comunicações, Manuela Rebelo, reconheceu que há dificuldades para resolver o problema de sobrelotação devido à crescente demanda de transporte, especialmente nos grandes centros urbanos do país.
“É possível cumprir a lotação de passageiros, só que temos muita procura, mas tudo temos de fazer para que a contaminação não se propague nos transportes”, reconheceu.
Manuela Rebelo exigiu que as viaturas sejam desinfectadas diariamente e que os passageiros obedeçam às regras usando a máscara e fazendo a controlo da temperatura corporal.(x) Fonte: Jornal Notícias