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segunda-feira, 18 janeiro 2021 10:15

Sudão: Conflitos entre tribos rivais no Darfur deixa quase 50 mortos

Este é o ataque mais letal no Darfur desde o fim da UNAMID, em dezembro Este é o ataque mais letal no Darfur desde o fim da UNAMID, em dezembro

As autoridades de Darfur Ocidental impuseram um recolher obrigatório para conter a violência entre árabes e não árabes. Este é o ataque mais letal desde o fim, em dezembro, da UNAMID, missão de paz conjunta da ONU e UA.

Segundo o sindicato dos médicos na região de Darfur, a violência desde sábado (16.01) em El-Geneina, capital de Darfur Ocidental, deixou 48 mortos e 97 feridos. Os confrontos que eclodiram entre árabes e não árabes continuam, com várias casas incendiadas.

Este é o incidente mais letal já registado desde o fim da missão de paz conjunta da ONU e da União Africana no Darfur em 31 de dezembro.

O primeiro-ministro do Sudão, Abdallah Hamdok, enviou uma delegação ao Darfur Ocidental para tentar restaurar a ordem. No sábado, as autoridades do Darfur Ocidental impuseram o recolher obrigatório no estado, na fronteira do Sudão com o Chade, após os conflitos.

O Darfur Ocidental foi palco de confrontos mortais há mais de um ano entre árabes e não árabes que mataram pelo menos 54 pessoas e deslocaram cerca de 40.000 pessoas, com milhares de pessoas a refugiar-se no vizinho Chade.

Fim da UNAMID

A UNAMID, missão da ONU cujo mandato terminou em 31 de dezembro passado, foi destacada para o Darfur em 2007 no meio de uma guerra civil que causou, entre 2003 e 2008, mais de 300.000 mortos, segundo as Nações Unidas, depois de grupos armados se revoltarem contra o Governo em protesto pela pobreza e marginalização da região.

A decisão de pôr fim à UNAMID foi adotada pelo Conselho de Segurança da ONU no passado dia 23 de dezembro a pedido do Governo sudanês, depois de ter sido assinado em outubro um acordo de paz com os principais movimentos rebeldes do país.

Os confrontos agora registados representam um desafio significativo aos esforços do Governo de transição do Sudão para acabar com rebeliões de décadas. O país está num caminho frágil para a democracia depois de um levante popular que levou os militares a derrubar o ditador Omar al-Bashir, em abril de 2019.(x) Fonte: DW

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