Numa tentativa de unificação da RENAMO na Zambézia, o líder do partido da oposição apelou aos jovens para não se envolverem nos ataques armados conduzidos pela autoproclamada "Junta Militar" da RENAMO no centro do país.
O líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) está desde terça-feira (15.12) na província da Zambézia, centro de Moçambique, onde tem reiterado os seus apelos pela paz.
Num encontro com jovens do maior partido da oposição moçambicana à porta fechada, Ossufo Momade suplicou aos mais novos para não se envolverem nos ataques armados.
E não só na província nortenha de Cabo Delgado, mas também nos ataques protagonizados pela autoproclamada "Junta Militar", grupo dissente do principal partido da oposição.
"Meus amigos jovens, o país enfrenta conflitos armados em Cabo Delgado e nas províncias de Manica e Sofala que tem criado destruições independentemente das motivações", disse.
"Nós, a RENAMO, repudiamos esses atos bárbaros, porque nada justifica o assassinato de cidadãos civis e indefesos. Apelamos aos nossos jovens a não aderir esses atos que colocam em causa a vida do nosso povo", acrescentou.
Desentendimentos
A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), o partido no poder, e a RENAMO trocam muitas vezes acusações sobre os ataques armados no centro de Moçambique. Enquanto a RENAMO nega o envolvimento nos ataques, a FRELIMO nunca se convenceu.
"A RENAMO só diz: agora é a RENAMO de Nhongo que está a matar e é a mesma RENAMO de ontem que estava a matar. A RENAMO é um partido dos bandidos armados, continua nas matas. Não há outra coisa", afirma Paulino Lenço, primeiro secretário da FRELIMO na Zambézia.
Sobre o recente rapto do ex-deputado da RENAMO Sofrimento Matequenha, em pleno dia, na cidade de Chimoio, província de Manica, Ossufo Momade limitou-se a dizer que não tem conhecimento sobre este caso.
Ossufo Momade prossegue esta quinta-feira (17.12) a visita à Zambézia com um encontro com a Liga da Mulher. Na sexta-feira (18.12), encontra-se com ex-guerrilheiros que clamam pelo processo de Desarmamento, Desmobilizaçao e Reintegração Social (DDR). A ideia é convencer os antigos guerrilheiros a entregar livremente as armas.(x) Fonte: DW