Os Estados Unidos pediram no domingo uma auditoria das eleições presidenciais e parlamentares da última quinta-feira, citando "relatórios críveis" de violência pré-eleitoral e irregularidades eleitorais.
A Comissão Eleitoral (CE) declarou no sábado Yoweri Museveni, que foi o porta-bandeira do Movimento nacional de resistência (NRM), vencedor com 58,6% dos votos válidos.
A votação e a contagem de resultados aconteceram em grande parte no buraco negro de informações depois que o Estado fechou a Internet.
Em um comunicado emitido ontem, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Morgan Ortagus, disse: "Estamos profundamente preocupados com os muitos relatos críveis de violência das forças de segurança durante o período pré-eleitoral e irregularidades eleitorais durante as urnas. Exortamos fortemente investigações independentes, críveis, imparciais e minuciosas sobre esses relatórios e que os responsáveis sejam responsabilizados".
Ortagus condenou o que chamou de ataques contínuos a candidatos políticos e instou "o governo a respeitar seus direitos humanos e liberdades fundamentais, incluindo a liberdade de expressão".
A ministra da Informação de Uganda, Judith Nabakooba, e o diretor executivo do Centro de Mídia de Uganda, Ofwono Opondo, não puderam ser contatados para comentar as acusações de Washington.
Preocupação expressa
Na declaração de ontem, Ortagus expressou "grave preocupação" com o assédio e as ameaças contínuas à sociedade civil".
No dia da votação, as forças de segurança de Uganda invadiram um centro paralelo de contagem criado pela sociedade civil no Hotel Africano em Kampala e prenderam pelo menos 35 funcionários de organizações não governamentais que foram acusados de operar sem credenciamento para administrar um centro de contagem.
Algumas semanas antes, o governo congelou as contas bancárias de duas ONGs proeminentes, incluindo o Fórum Nacional de ONGs, que é o órgão guarda-chuva de todas as organizações da sociedade civil que operam no país, por alegações de financiamento do terrorismo.
Os EUA, que fornecem a Uganda cerca de US$ 1 bilhão (Shs3,7 trilhões) anualmente em assistência bilateral, pediram ontem a Kampala que se comportasse.
Considerando que a declaração não especificou os casos de violência, a campanha foi marcada por gás lacrimogêneo, brutalidade e repetidas prisões. As prisões foram principalmente do partido Da Plataforma de Unidade Nacional Robert Kyagulanyi, conhecido como Bobi Wine, e Do Fórum para a Mudança Democrática Patrick Oboi Amuriat. Wine e Amuriat ficaram em segundo e terceiro lugar na eleição, respectivamente, de acordo com os resultados que a CE divulgou no sábado.(x) Fonte: Notion África