Cerca de 2,9 milhões de pessoas poderão enfrentar uma situação de insegurança alimentar severa em Moçambique até Março deste ano segundo um relatório de previsões de organizações humanitárias e governamentais sobre esta matéria.
Os números revelam o negro cenário que se avizinha. São milhares de famílias cuja condição de vida se vai degradar devido à insegurança alimentar que se vai fazer sentir com maior severidade junto de mais de 2 milhões de pessoas em meio urbano, designadamente devido à desaceleração da economia provocada pela pandemia, sendo que o fenómeno também se vai verificar junto de 800 mil pessoas em zona rural, segundo perspectivas de várias organizações humanitárias e governamentais durante o período compreendido entre Janeiro e Março.
As zonas de conflitos armados, sobretudo na província de Cabo Delgado, poderão enfrentar uma situação bem mais grave, o relatório IPC (Classificação Integrada de Segurança Alimentar, sigla inglesa) antevendo que um quinto das pessoas em insegurança alimentar severa elevada venha a estar naquela província do norte do país.
O governo moçambicano olha também com preocupação para a seca que poderá impactar negativamente a vida das populações designadamente nas províncias de Gaza e Inhambane no sul.
Um desafio a ser enfrentado, reconhece a Presidente do Instituto Nacional de Gestão de Desastres, Luisa Meque. “Nós queremos estar atentos pela prevenção, prevenção e prevenção, este é o nosso grande desafio”, vincou a responsável.
A situação da insegurança alimentar em Moçambique cujo relatório contou com o contributo de várias organizações humanitárias e governamentais, tais como o Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutrição (Setsan, entidade estatal), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), bem como o Programa Alimentar Mundial (PAM), Actionaid e World Vision está a ser alvo de debate numa altura também em que se olha para o impacto que a covid-19 poderá ter na vida da população.(x) Fonte: RFI