Esta quinta-feira, termina a missão preparatória do apoio da União Europeia a Cabo Delgado, em Moçambique. A missão é liderada pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva.
O chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva, reúne-se, esta quinta-feira, com os ministros da Defesa e do Interior de Moçambique, no final da visita de três dias a Maputo, na qualidade de representante da União Europeia (UE).
Augusto Santos Silva vai também reunir-se com membros de organizações da sociedade civil e representantes de países parceiros.
A deslocação a Moçambique acontece no semestre em que Portugal assume a presidência rotativa do Conselho da UE e trata-se, assim, de uma missão preparatória do apoio da União Europeia a Cabo Delgado surge na sequência do pedido de ajuda que Moçambique dirigiu à UE em Setembro de 2020. Bruxelas já tinha dado resposta positiva.
Nesta quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros português encontrou-se com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, o qual tomou “boa nota" da disponibilidade da UE para apoiar Moçambique a enfrentar os problemas de segurança em Cabo Delgado.
Nyusi "saudou a disponibilidade da UE" em trabalhar com o Governo moçambicano "nas áreas da logística, saúde e formação militar, bem como noutras que o Governo venha a considerar importantes ».
No final da reunião, o governante português indicou : "Saio satisfeito desta reunião porque a melhor maneira de chegarmos rapidamente ao desenho em concreto do apoio europeu é começar por uma identificação tão clara e precisa de quais são as prioridades das autoridades moçambicanas."
Augusto Santos Silva leva no bloco de notas três áreas fundamentais: formação militar, apoio da acção humanitária à população e apoio à agência para o desenvolvimento do norte de Moçambique.
O chefe da diplomacia portuguesa disse que o suporte da UE a projectos de apoio ao desenvolvimento em Cabo Delgado ascende a cerca de 25 milhões de euros e a província está entre as prioritárias para a acção humanitária, sendo ainda "preciso acrescentar um incremento da cooperação na área da segurança".
Cabo Delgado, no norte de Moçambique, está há três anos a braços com uma insurgência armada. Nesta província onde se desenvolve o maior investimento multinacional privado de África para a exploração de gás natural, vive-se uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 560 mil pessoas deslocadas. Alguns dos ataques são reivindicados pelo grupo jihadista Estado Islâmico desde 2019.(x) Fonte: RFI