Fogo em prédio do Instituto Serum deixa cinco mortos. Empresa garante que nem a produção nem o estoque de 50 milhões de doses foram afetados. É de lá que o governo Bolsonaro espera receber imunizante.
Um incêndio de grandes proporções atingiu nesta quinta-feira (21/01) um prédio em construção no complexo do Instituto Serum, na Índia, maior produtor de vacinas do mundo. Ao menos cinco pessoas morreram. A produção de doses para covid-19 não foi afetada.
O Instituto Serum fica na cidade de Pune, em Maharashtra, no sul da Índia. Segundo o governo local, o incêndio teria começado devido a uma falha elétrica na obra.
As mortes foram confirmadas pelo prefeito de Pune, Murlidhar Mohol. Segundo a imprensa indiana, equipes de resgate acharam os cinco corpos no prédio atingido depois que o incêndio foi controlado.
"Estamos profundamene tristes e oferecemos nossas mais profundas condolências aos familiares dos que partiram", escreveu o CEO do instituto, Adar Poonwala, no Twitter, sem dar mais detalhes.
A companhia garantiu que o incêndio foi restrito a um prédio que está sendo construído para aumentar a produção de vacinas para covid-19. Nem a produção nem o estoque de cerca de 50 milhões de doses foram afetados.
Poonwala disse que não haveria perda na fabricação de vacinas porque a empresa tem outras instalações disponíveis.
É do Instituto Serum que o governo Jair Bolsonaro esperava que viessem 2 milhões de vacinas para o Brasil na semana passada, mas não houve acordo. A negociação marcou um dos maiores constrangimentos diplomáticos do atual governo. Nesta quinta-feira, o governo indiano deu aval para o início da exportação comercial do imunizante e afirmou que enviará os primeiros carregamentos ao Brasil e Marrocos já na sexta-feira.
As imagens do incêndio mostraram enormes nuvens de fumaça do edifício enquanto os bombeiros trabalhavam para extinguir o fogo. Dezenas de trabalhadores da empresa em trajes de laboratório deixaram o complexo.
O Instituto Serum é o maior fabricante de vacinas do mundo e foi contratado para fabricar um bilhão de doses da vacina da AstraZeneca/Universidade de Oxford.
O CEO Poonawalla disse em uma entrevista no mês passado que espera aumentar a capacidade de produção de 1,5 bilhão para 2,5 bilhões de doses por ano até o final de 2021. A nova instalação seria parte da expansão.
Dos mais de 12 bilhões de doses de vacina contra o coronavírus a serem produzidos neste ano, os países ricos já compraram cerca de 9 bilhões, e muitos têm a opção de comprar ainda mais. Como resultado, é provável que o instituto produza a maior parte das vacinas que serão usadas pelas nações em desenvolvimento.(x) Fonte: DW