O Governo de Moçambique assume que as milhares camponesas têm sido preteridas na concessão de créditos agrários para a produção de alimentos, o que contribui para as elevadas taxas de desnutrição crónica sobretudo nas zonas rurais.
A directora do Desenvolvimento Económico e Local no ministério moçambicano da Agricultura, Inês Cuambe, diz que apesar de as mulheres constituirem mais de 80 por cento da força de trabalho no sector agrário, elas enfrentam muitas dificuldades no acesso ao crédito.
Cuambe referiu que tendo em conta o papel fundamental da mulher na produção de alimentos, a falta de crédito, faz com que as mulheres sejam vulneráveis no processo produtivo.
Atingir os mais necessitados
Ela disse que actualmente existem cerca de 62 por cento de agregados familiares chefiados por mulheres, e estas representam 81 por cento da força de trabalho na agricultura.
Infelizmente, disse Cuambe, são poucas as mulheres que têm acesso ao crédito, 15 por cento. E esse é o cenário que a iniciativa Sustenta quer mudar.
O sociólogo João Colaço mostra alguma reserva em relação a isso, apesar de reconhecer que " Sustenta é uma iniciativa extremamente importante para acomodar a população moçambicana, sobretudo a que vive no meio rural, onde o investimento tem escasseado”.
“Resta saber se aquilo que são os objectivos deste projecto vão, de facto, atingir as pessoas mais necessitadas," diz Colaço.(x) Fonte: VOA