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quinta-feira, 28 janeiro 2021 09:36

França: ONGs apresentam queixa colectiva contra o Estado por racismo

Agressão de Michel Zecler. 27 de Novembro de 2020. Agressão de Michel Zecler. 27 de Novembro de 2020.

Pela primeira vez em França, foi lançada uma acção colectiva contra o Estado por um grupo de ONG’s que quer que o Governo acabe com “controlos de identidade discriminatórios” efectuados pela polícia. A iniciativa surge depois de vários casos de violência policial e de acusações de racismo no interior da polícia francesa, nomeadamente o espancamento de um produtor de música negro no seu local de trabalho.

Depois da agressão policial contra um produtor de música negro no seu local de trabalho, em Novembro, o Presidente Emmanuel Macron anunciou que haveria uma concertação nacional sobre a polícia, algo que começa na próxima segunda-feira. Macron tinha, também, assumido, em Dezembro, durante uma entrevista ao media online Brut que “hoje, quando se é de cor, é-se muito mais controlado” pela polícia.

As seis ONG, nomeadamente a Amnesty International France e a Human Rights Watch, pedem uma modificação do código penal para “proibir explicitamente a descriminação dos controlos de identidade” e a criação de “um mecanismo de apresentação de queixa eficaz e independente”.

A acção dá quatro meses ao primeiro-ministro e aos ministros do Interior e da Justiça para responder, caso contrário a Justiça pode ordenar ao governo "medidas para que acabe a descriminaçao”.

Em Janeiro de 2017, um relatório do Defensor dos Direitos concluiu que “um jovem negro ou árabe tem uma probabilidade 20 vezes maior” de ser controlado do que o resto da população. Em Novembro de 2016, o Tribunal da Relação já tinha condenado o Estado pelos chamados “controlos de identidade em função do aspecto físico”.

Os sindicatos de polícia refutam as acusações de racismo e falam em “manobras políticas” das ONGs a quem atribuem “posições contra a polícia”.(x) Fontea: RFI

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