Das cerca de 2.700 salas de aula destruídas pelo ciclone Idai, em Março do ano passado, na província de Sofala, apenas 500 foram reconstruídas, volvidos 20 meses. Outras 190 estão a ser reabilitadas, processo que segundo as autoridades é oneroso e depende do apoio de parceiros.
Para o director provincial da Educação em Sofala, Tomás Viageiro, a reabilitação das escolas danificadas pelo Idai é uma das principais preocupações para garantir o acesso à educação de todos naquela província.
“Neste momento, temos projectos que estão a ser avaliados pelo PNUD, nomeadamente das escolas secundárias Samora Machel e Mateus Sansão Mutemba, na cidade da Beira. O nosso desejo era que todas as salas de aula destruídas pelo ciclone Idai, há quase dois anos, já estivessem prontas para aulas”, disse a fonte, lamentando o facto de a distância entre a vontade e a realidade ser grande e não passar de um sonho.
“Este desejo não passam de um sonho, pois não temos capacidade financeira para tal, daí que cabe-nos esperar por apoios de parceiros. É um grande embaraço para o processo de ensino e aprendizagem. O grande desafio, neste momento, é garantir que todos os alunos estudem, mesmo no âmbito do novo normal” devido à pandemia do novo Coronavírus, Tomás Viageiro.
Das 500 salas de aula reabilitadas, seis pertencem a três escolas primárias do distrito do Búzi e foram entregues última quarta-feira, mercê de um esforço da Plan Internacional, uma organização humanitária vocacionada para o desenvolvimento comunitário centrado na criança, no âmbito de um projecto denominado “A educação não pode esperar”.
As infra-estruturas reabilitadas, irão beneficiar cerca de 2.100 alunos e 46 professores que durante vários meses viram o processo de ensino e aprendizagem condicionado pelas chuvas e sol intenso, pois as salas de aula estavam cobertas de lona.
A comunidade local que presenciou a cerimónia de entrega das escolas está muito satisfeita. “O aspecto físico da escola vai certamente atrair os nossos filhos. É importante que as condições melhorem para cativar os alunos. Felizmente, pela primeira vez temos uma escola com casas de banho condignas e com água. Resta, agora, melhorar as condições dos professores, pois chegam a caminhar cerca três horas (ida e volta), entre as suas residências e as escolas, a fim de lecionarem”, contou Pediu João Chissua, chefe da povoação de Mucanessa, onde foram reabilitadas parte das infra-estruturas escolares.(x) Fonte: O Pais