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sexta-feira, 20 novembro 2020 06:34

Mirko Manzoni opõe-se ao uso de mercenários na província de Cabo Delgado

É o que defende o representante do secretário-geral da ONU em Moçambique. E sobre as violações de direitos humanos no norte do país, Mirko Manzoni entende que resultam por vezes de "frustração e impotência" do exército.

O representante do secretário-geral das Nações Unidas em Moçambique, Mirko Manzoni, falava na terça-feira (17.11), em entrevista ao jornal suíço Le Temps. Manzoni foi embaixador da Suíça em Moçambique até 2019 e depois foi escolhido por António Guterres para acompanhar as negociações de paz entre Governo e a RENAMO, maior partido da oposição.

Opõe-se ao uso de mercenários na província de Cabo Delgado, mas afirma que a situação é complexa: "a realidade no terreno deve fazer-nos refletir". 

"Quando se pede ajuda e ninguém mexe um dedo, é isso que acontece. Moçambique gasta fortunas com mercenários", primeiro com russos do grupo Wagner e agora com uma empresa sul-africana, detalhou Manzoni, para depois fazer o apelo à ajuda direta dos doadores.

Parceiros que não querem "sujar as mãos"

E Mirko Manzoni exorta: "Oiçamos o apelo de Moçambique: a ajuda militar deve ser fornecida através da cooperação", ou seja, "ajudar o exército moçambicano a cumprir as suas obrigações", em vez de ocupar o seu lugar.  

Diz ter noção de que tal ajuda não é bem vista entre os parceiros, que não querem "sujar as mãos", mas "é uma ilusão querer desenvolver a província de Cabo Delgado sem primeiro haver segurança", referiu.

A petrolífera francesa Total financia um serviço de segurança para proteger as suas instalações de exploração de gás natural, em construção na região, "mas esse esforço é muito modesto”.(x) Fonte: DW. Titulo: Zumbo FM.

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