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quarta-feira, 03 março 2021 14:32

Liberdade no Mundo 2021: Analistas apontam para deterioração da situação em Moçambique

Incêndio na redacção do jornal Canal de Moçambique (Foto de Arquivo) Incêndio na redacção do jornal Canal de Moçambique (Foto de Arquivo)

Relatório da Freedom House mantém Moçambique no grupo de "países parcialmente livres" 

O relatório Liberdade no Mundo 2021, da organização não governamental Freedom House, divuglada nesta quarta-feira, 3, mantém Moçambique no grupo dos “países parcialmente livres”.

O documento faz referência à situação de insegurança em Cabo Delgado, paraticularmente o elevado número de deslocados.

Em Maputo, analistas dizem que não espanta o facto de Moçambique continuar a fazer parte do grupo de países parcialmente livres porque se assiste, no dia-a-dia, a violações dos direitos humanos e a situação das liberdades individuais a deteriorarem-se.

O jurista Tomás Vieira Mário diz que no plano formal, constitucional ou legal, Moçambique está bem, tem uma Constituição da República favorável à liberdade de imprensa, mas não tem conseguido dar o salto para país livre, porque ainda tem muitos problemas no plano prático.

Mário avança que "houve muitos incidentes, o ano passado, que não deixaram o país bem, entre os quais o ataque à redacção do jornal Canal de Moçambique, aquela polémica acerca da tentativa do Governo de aplicar taxas sobre os órgãos de comunicação social, entre outros".

O também jurista Borges Nhamire diz que não está espantado com o relatório da Freedom House "porque no dia-a-dia, nós vimos a situação das liberdades a deteriorar-se.

Para o economista João Mosca, apesar de em Moçambique existirem muitos partidos políticos, "vive-se no país uma situação de partido único".

E Adriano Nuvunga, investigador e director do Centro para a Democracia e Desenvolvimento, diz que "Moçambique nem sequer devia fazer parte do grupo de países parcialmente livres”.

“Os dirigentes neste país intimidam as pessoas. A violência é um instrumento de gestão, característica de Estados não livres”, sublinha Nuvunga.(x) Fonte: VOA

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