Os presidentes do Zimbábue e botsuana se reuniram em Harare na quarta-feira, enquanto os estados sul-africanos corriam para elaborar uma resposta à deterioração da situação de segurança em Moçambique.
Diz-se que o bloco regional prepara uma intervenção militar na região norte de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, onde a violência militante se arrasta desde 2017.
Na semana passada, combatentes armados invadiram a cidade costeira de Palma, matando dezenas de civis e enviando milhares fugindo por segurança.
"O presidente Masisi é o atual presidente da troika, então ele estava me informando sobre a situação de segurança na região com ênfase especial no que está acontecendo em Cabo Delgado", disse Emmerson Mnangagwa, presidente do Zimbábue.
Mnangagwa também é o chefe do órgão de paz e segurança do bloco regional SADC.
Por sua vez, o presidente de Botsuana, Mokgweetsi Masisi, disse que o bloco estava desenvolvendo uma resposta para ajudar Moçambique a lidar com seus desafios de segurança.
"Nós formamos vistas como uma troika. Um deles resultará em levar isso adiante para que nós, como SADC, respondamos de forma útil para garantir a integridade e a soberania de um dos nossos, para nunca sermos atacados por forças dissidentes, rebeldes e não-estatais", disse Masisi.
'Ação regional e internacional urgente'
A União Africana (UA) pediu na quarta-feira "ação regional e internacional urgente" após um ataque jihadista na cidade de Palma, no norte de Moçambique, que deixou dezenas de mortos e milhares de deslocados.
Expressando sua "maior preocupação" com a "ameaça" representada por grupos terroristas no sul da África, o presidente da Comissão, Moussa Faki Mahamat, pediu "uma ação regional e internacional urgente.
Ele disse que a UA está "pronta para apoiar a região e seus mecanismos para enfrentar conjuntamente essa ameaça urgente", em um comunicado emitido na quarta-feira à noite.
Há uma semana, grupos armados atacaram a cidade estratégica de 75.000 habitantes. O ataque, que ocorreu a poucos quilômetros de um megaprojeto de gás multibilionário pilotado pela grande energia francesa Total, foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI).
Na quarta-feira, o exército moçambicano lançou uma ofensiva para tentar retomar a cidade tomada pelos rebeldes na sexta-feira à noite.
Grupos armados, conhecidos localmente como Al-Shabab ("a juventude" em árabe), têm devastado a pobre, mas rica província de Cabo Delgado, na fronteira com a Tanzânia, há mais de três anos.
A UA "condena, nos termos mais fortes, os ataques terroristas na região de Cabo Delgado e, em particular, a recente violência" em Palma, disse o comunicado.
Milhares de pessoas foram forçadas a fugir após o último ataque. Em uma semana, 8.100 pessoas chegaram aos distritos vizinhos, de acordo com a ONU.
A violência na região está causando uma crise humanitária, que provavelmente piorará, com mais de 670.000 pessoas forçadas a deixar suas casas, de acordo com as Nações Unidas. A ONG Acled contabilizou 2.600 mortos antes do ataque a Palma, metade dos quais eram civis.(x) Fonte: África News