Os militares de Moçambique disseram que um número "significativo" de militantes foram mortos em combates pela vila, próxima do centro de gás de Palma, ocupada por jihadistas ligados ao Estado Islâmico, no mês passado.
Palma foi tomada num ataque, em grande escala, a 24 de Março, de uma insurgência, que assola a província de Cabo Delgado, há mais de três anos.
Milhares fugiram da vila de cerca de 75 mil pessoas e dezenas morreram, de acordo com o governo, e a gigante francesa de energia Total abandonou o local onde tem projecto de gás de biliões de dólares.
No domingo, o exército escoltou funcionários e jornalistas por Palma. O comandante Chongo Vidigal, líder das operações militares para recuperar o controlo de Palma, disse à televisão estatal TVM que a área estava "segura", embora não tenha declarado que o exército havia recuperado o controlo.
“A área do campo de aviação era a única que precisávamos limpar e fizemos isso esta manhã. É totalmente seguro”, garantiu Vidigal. "Acho que um número significativo de terroristas foi abatido", disse ele, acrescentando que as autoridades esclareceriam o número exacto mais tarde.
Situação sombria
As equipas no local filmaram os restos mortais, vários edifícios, incluindo bancos, o hospital da cidade e o Ministério Público. Soldados fortemente armados ficaram na rua enquanto alguns moradores vasculhavam lentamente os escombros.
O governador de Cabo Delgado, Valygi Tualibo, pintou um quadro mais rosado, alegando que Palma estava de volta às mãos do governo. Visitando a cidade como parte da visita de jornalistas, no domingo, Tualibo disse a repórteres que estava "muito satisfeito" com o que viu. “A situação é sombria, mas estamos entusiasmados”, disse o governador à TVM.
"Palma está 100 por cento controlado pelas autoridades moçambicanas." Milhares de tropas moçambicanas já tinham sido destacadas para Cabo Delgado antes do ataque a Palma.
Limitações do exército
A capacidade do exército de lutar contra a insurgência é há muito questionada, com analistas apontando para o treino precário e a falta de equipamento.
As forças de segurança foram reforçadas até agora por uma empresa militar privada sul-africana, o Dyck Advisory Group (DAG), mas o seu contracto com o governo termina esta semana.
O fundador do DAG, Lionel Dyck, confirmou que o seu envolvimento termina a 6 de Abril. "Deus ajude o povo", disse ele à AFP via WhatsApp, na segunda-feira, acrescentando que era "improvável" que os soldados tivessem retomado Palma.
Vidigal observou que as instalações de gás Total, que a empresa abandonou na sexta-feira, estavam segura. “As instalações são seguras, estão protegidas”.
A Total retirou todo o seu pessoal restante na sexta-feira, enquanto as Nações Unidas suspenderam os voos de evacuação de civis por questões de segurança.
Sabe-se que mais de 11.000 civis fugiram de Palma nos últimos dias, de acordo com a ONU.(x) Fonte: VOA