O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, visita Angola entre quarta e quinta-feira, na primeira etapa de um périplo africano que o leva também ao Senegal. Uma deslocação adiada desde 2018 devido, nomeadamente, à crise catalã e aos condicionalismos da pandemia. A visita tem uma forte componente empresarial e deve garantir o regresso da Iberia a Angola.
Pelo menos segundo o embaixador de Espanha, Manuel Hernández Ruigómez, em declarações ao Jornal de Angola, a visita permitira a assinatura de acordos nos sectores dos transportes aéreos, agricultura, pescas e indústria.
Este périplo africano de Sánchez e a sua primeira etapa em Angola, antes do Senegal, confirma a posição estratégica de Luanda para Madrid. Angola consta da lista de 5 países como prioritários em África.
Um país que tem sido elogiado pela Espanha pelo combate à corrupção advogado pelo presidente João Lourenço desde a sua chegada ao poder em 2017.
A visita acaba, mesmo, por se concretizar, depois de um adiamento da deslocação de Mariano Rajoy em 2018, devido à crise catalã, depois vieram as eleições espanholas e, finalmente, a crise pandémica atrasar a sua efectivação.
Desde Felipe Gonzalez em 1991 que nenhum chefe do governo espanhol se tinha deslocado a Angola.
No entanto na banca, nas infra-estruturas (construção de estradas, pontes), energia eléctrica e água os espanhóis estão já muito activos em Angola.
Dalva Ringote, economista angolana, afirma que a classe empresarial e económica está muito expectante quanto a esta visita e espera que ela venha a garantir mais empregos para Angola.
"A Espanha e Angola é dos poucos países que têm uma representação comercial, para além dos serviços consulares e da sua própria representação diplomática [no outro país], o que espelha a relevância que ambos os governos têm e a necessidade de se manter relações com um país com o qual Angola tem relações estratégicas. Há uma grande expectativa dos empresários nacionais, a Espanha do ponto de vista financeiro ocupa um lugar importante na nossa economia. Vários bancos espanhóis participam no financiamento da economia. Os empresários estão ávidos para ouvir a comunicação do primeiro-ministro espanhol relativamente à possibilidade de se manterem relações comerciais em sede do sector privado. No domínio das infraestruturas a Espanha e empresas espanholas estão na linha da frente. "
Ela alega ser um privilégio para Angola constar da lista reduzida em África de parceiros estratégicos.
"É um reconhecimento importante, a Espanha ao longo dos anos, no domínio económico tem estado presente. Fazer parte de países prioritários para canalização do investimento espanhol para África é para nós um privilégio e esperamos que se criem condições para que a classe empresarial privada possa capitalizar esta oportunidade" referiu a economista.(x) Fonte: RFI