Presidente do Conselho de Segurança garante que o país está a ser vigiado de perto e considera situação em Cabo Delgado "muito alarmante" devido à possibilidade de "rápida expansão" para outras regiões do continente.
O presidente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) disse esta quarta-feira (14.04) que a situação em Cabo Delgado, Moçambique, está a ser seguida com muita preocupação, por risco de expansão da violência.
Dang Dinh Quy, representante permanente do Vietname e presidente do Conselho de Segurança no mês de abril considerou, em conferência de imprensa, em resposta à agência de notícias Lusa, a situação de Moçambique "muito alarmante" devido à possibilidade de "rápida expansão" do terrorismo para outras regiões do continente.
O presidente do Conselho de Segurança citou as palavras do secretário-geral da ONU, António Guterres, dizendo que o "franchising" (franquia) do terrorismo pode aumentar rapidamente e "afetar fortemente a segurança na região".
Moçambique está a ser "vigiado de perto pelo Conselho de Segurança", assegurou o representante permanente do Vietname.
A subsecretária-geral da ONU e representante especial do secretário-geral sobre violência sexual em conflitos, Pramila Patten, também assegurou que o escritório sobre violência sexual está a monitorizar atentamente a região de Moçambique e voltou a sublinhar a necessidade de proteção para vítimas pelas autoridades nacionais.
Escalada precupante
Questionada pela Lusa, Pramila Patten prometeu interação e cooperação com as autoridades locais. "Aproveitamos esta oportunidade para instar as autoridades a garantir que todos os sobreviventes, especialmente mulheres e crianças, recebam ajuda médica e psicossocial em tempo adequado e que as necessidades humanitárias da população sejam tratadas com urgência", destacou a subsecretária-geral da ONU.
Pramila Patten manifestou preocupação pela "rápida degradação da situação humanitária devido à escalada de violência entre as forças de segurança do Estado e elementos e grupos armados".
"Estou extremamente preocupada com a escalada do conflito que realmente causou uma grave crise humanitária, forçando quase 700 mil pessoas a abandonar as suas casas", afirmou a representante especial.
Pramila Patten condenou o recrutamento de crianças para grupos armados e sublinhou os riscos para mulheres e crianças de serem "severamente afetadas", segundo relatos de "violência sexual, raptos e acesso interrompido à assistência humanitária".
A 31 de março, uma semana após um ataque em Palma, representantes especiais dos secretário-geral da ONU instaram extremistas e grupos armados de Moçambique a cessarem imediatamente os atos de violência contra a população civil e permitirem o fornecimento de proteção.(x) Fonte: DW