Distúrbios envolvendo militantes da extrema-direita israelita, palestinianos e forças da ordem ontem à noite na Cidade Santa de Jerusalém provocaram mais de 120 feridos. Exceptuando os incidentes registados no ano passado à margem de manifestações contra o primeiro ministro israelita Benjamin Netanyahu, os últimos confrontos na Cidade Santa foram registados aquando de festas religiosas em 2019.
Só que a parte adversa, interpretando esta concentração como sendo uma provocação, organizou a sua contramanifestação na mesma zona e isto que coincidiu com a saída de fiéis da Esplanada das Mesquitas, depois da oração nocturna do Ramadão.
Geraram-se rapidamente confrontos, com a polícia a ser visada tanto pelos militares israelitas de extrema-direita como pelos palestinianos, incidentes cujo balanço foi segundo o Crescente Vermelho palestiniano de 105 feridos, sendo que a polícia israelita deu conta de 20 feridos entre os seus agentes.
Estas violências consideradas as mais graves dos últimos tempos em Jerusalém, foram condenadas pelo chefe da Alta Autoridades Palestiniana, Mahmud Abbas, que denunciou as "incitações ao ódio" por parte de grupos israelitas de extrema-direita e apelou a comunidade internacional a "proteger" os palestinianos da parte oriental de Jerusalém.
De referir que estas violências acontecem numa altura em que Israel continua sem novo governo, um mês depois das legislativas em que o partido de Benjamin Netanyahu chegou à frente mas sem maioria clara. Estes incidentes ocorrem igualmente a um mês de os palestinianos organizarem no próximo dia 22 de Maio as suas primeiras eleições em 15 anos. (x) Fonte: RFI