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segunda-feira, 26 abril 2021 11:07

Críticas de Celso Correia ao Banco de Moçambique reflectem divergências, diz economista João Mosca

Banco de Moçambique Banco de Moçambique

O economista João Mosca diz que as críticas do ministro moçambicano da agricultura ao Banco de Moçambique, por causa da subida súbita do metical, traduzem as divergências existentes entre o Executivo e o Banco Central.

O ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, criticou o facto de a apreciação da moeda moçambicana resultar de medidas administrativas e não com base em fundamentos que possam ser sustentáveis ao longo do tempo.

Correia adiantou que a súbita valorização do metical está a criar incertezas aos investidores, principalmente os do sector produtivo.

"Tem que haver uma reflexão pontual sobre a política monetária e fiscal, no sentido de responder aos esforços para a promoção da agricultura para exportação", defendeu aquele governante.

Para o economista João Mosca, este posicionamento do ministro Celso Correia, traduz as divergências existentes entre o Governo e o Banco Central.

Ele avançou que "o governador do Banco de Moçambique tem assento, como convidado, em todas as reuniões do Conselho de Ministros, e eu sei que nem sempre existe convergência de opiniões e ideias entre os ministérios económicos e o Banco Central; porém, o Banco de Moçambique tem hierarquia, que é o Fundo Monetário Internacional, que é aquele que traça directivas ao Banco Central".

Para Mosca, se o metical se aprecia, os exportadores, sobretudo os de produtos agrícolas sofrem com isso, e a agricultura moçambicana tem culturas importantes como açúcar, tabaco, cajú e a banana, entre outros produtos.

Por seu turno, o economista Anastácio Ubisse, considera que além disso, as variações rápidas do metical provocam instabilidade e confusão no seio dos produtores não só agrícolas, como também industriais e outros, porque os preços da moeda variam de dia para dia, o que cria incertezas sobre o futuro e sobre o investimento.

O economista Inácio Fernandes, diz que o que o Banco Central tem que fazer, face aos efeitos da rápida valorização do metical, é estabelecer um determinado patamar para a moeda "e fazer com que as variações do câmbio não sejam tão grandes e nem tão rápidas como aconteceu ultimamente, para que os agentes económicos tenham alguma estabilidade e perspectiva de seus investimentos futuros, com base em alguma segurança do que vale o metical".(x) Fonte: VOA

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