A missão de avaliação da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) deverá propor o envio "imediato" de 2.916 militares para ajudar Moçambique no combate aos grupos armados que aterrorizam a região norte.
A proposta consta do relatório que a missão vai submeter à reunião extraordinária do Comité Ministerial do Órgão da Política de Defesa e Segurança da SADC, agendada para quarta-feira (28.04) em Maputo, e à Cimeira Extraordinária da Troika da SADC, marcada para quinta-feira, também na capital moçambicana.
"A equipa de avaliação propõe o destacamento imediato de uma força de alerta da SADC para ajudar as FADM [Forças Armadas de Defesa de Moçambique] no combate à ameaça do terrorismo e atos de extremismo violento em Cabo Delgado", lê-se no documento.
A maioria dos militares da SADC será constituída por 1.860 elementos de três batalhões de infantaria ligeira, seguidos de 140 elementos de duas unidades de forças especiais e 120 de uma equipa de comunicações.
Os setores de unidade de engenharia militar e logística serão compostos por 100 efetivos, cada, cabendo às restantes áreas os outros elementos.
Em termos de meios, a equipa de avaliação propõe que sejam enviados para Moçambique dois navios de patrulha, um submarino, um avião de vigilância marítima, seis helicópteros, dois drones e quatro aviões de transporte.
Missão terá quatro fases
A intervenção militar da SADC na guerra em Cabo Delgado deve obedecer a quatro fases, propõe ainda a missão de avaliação da organização regional.
A primeira será de recolha de informações por terra, ar e mar, visando adquirir um conhecimento profundo do "inimigo", e a segunda será do envio imediato de forças especiais para a condução de operações contra alvos selecionados e eliminação da criminalidade marítima na área de operação.
A terceira fase consistirá nas operações de pacificação e a quarta na retirada da força da SADC.
O relatório considera "prioritária" a assistência humanitária aos deslocados internos dos ataques armados em Cabo Delgado e a formação das FADM em "inteligência militar".
A missão de avaliação propõe que deve ser dada formação e treino às FADM para o combate ao terrorismo.
"As FADM precisam de apoio imediato nos setores aéreo, marítimo e operações terrestres", refere-se no texto.
Para a eficácia da participação da SADC no combate aos grupos armados, a equipa de avaliação propõe a criação de um mecanismo de coordenação que vai integrar uma coordenação das componentes civil e militar e um centro conjunto de informações. (x) Fonte: O País