As vítimas do terrorismo em Cabo Delgado vivem em ambiente de cortar à faca. Após ver a situação no próprio local, o Provedor de Justiça garante que “homens, mulheres, crianças e idosos” estão em constante “desespero, angústia” e clamam por ajuda. Neste contexto, Isac Chande lançou, esta quarta-feira, uma campanha denominada “Juntos Por Cabo Delgado”.
Durante 30 dias, pretende-se angariar apoios multiformes no sentido de “minorar o sofrimento” das pessoas “forçadas a abandonar as suas terras, os seus meios de subsistência e as suas raízes tradicionais, tais como lugares de veneração de seus antepassados”, devido ao terrorismo.
Recentemente, o Provedor de Justiça visitou os centros de acomodação em vários distritos de Cabo Delgado e apercebeu-se da “grave crise humanitária que os deslocados vivem”.
Na altura, cerca de cinco toneladas de alimentos foram oferecidos, através do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), e uma coisa ficou clara: ninguém sozinho pode minorar o sofrimento a que a população está sujeita. Mas apoios de diferentes lados “podem fazer diferença”.
“Cabo Delgado é Moçambique (…) e não podemos ficar alheios ao sofrimento dos nossos irmãos”, afirmou Isac Chande, para quem o que se relata ou vê através da televisão não é, nem de longe, o que se vive, de facto, em Cabo Delgado. Milhares de pessoas abandonaram os seus haveres e deixaram tudo para atrás à procura de locais seguros para escapar da morte.
“Uma coisa é vermos as imagens pela televisão. Outra coisa é estarmos no terreno a ver como as pessoas vivem, o seu dia-a-dia, as carências que passam e as necessidades extremas”, disse a fonte.
“Os pontos de recolha de bens não perecíveis ou valores monetários serão anunciados” através dos meios de comunicação social.
O terrorismo em Cabo Delgado já causou mais de 500 mil deslocados, de acordo com dados divulgados recentemente pelo Governo.(x)
Fonte: O País