Centro de Saúde de Maringanha está pronto para o uso da população de Pemba, mas continua desativado devido à falta de equipamento médico-cirúrgico. Demanda por atendimento aumentou com a chegada de famílias deslocadas.
Moradores do bairro de Maringanha, no município de Pemba, norte de Moçambique, estão preocupados com a demora do funcionamento do novo centro de saúde local. Construído há cerca de um ano, permanece com as portas fechadas e a população percorre mais de 10 quilómetros à procura de cuidados de saúde.
De acordo com o censo populacional de 2017 - o bairro de Maringanha, na autarquia de Pemba, tem seis mil habitantes. O número aumentou para cerca de 10 mil devido ao acolhimento das vítimas do terrorismo.
O acesso aos serviços de saúde é motivo de preocupação para a população. O Governo ergueu no bairro um centro de saúde que, apesar de concluído, ainda não entrou em funcionamento. "A infraestrutura já está a ficar velha, quando é que vai nos servir?", queixa-se Fátima Sebo, moradora do bairro.
Atendimento distante
Outro morador, Faque Juma, diz que para aceder aos cuidados médicos tem de se dirigir ao centro de saúde Eduardo Mondlane ou Natite - a cerca de sete e 12 quilômetros, respetivamente.
"Pagamos cerca de mil meticais para um levar-nos durante a noite ao hospital. Esperávamos, com este centro de saúde, livrarmo-nos disso e reencaminhar esse valor para outras necessidades da família", diz Juma
Fátima Sebo vive nas proximidades do centro de saúde. A moradora diz que, devido ao estado de abandono, o centro de saúde "abriga malfeitores" que se aproveitam da desocupação do prédio para cometer crimes.
"O sofrimento não falta porque as doenças não demoram. Quando estamos doente, não temos maneira, ficamos em casa e compramos comprimidos aqui no bairro", diz Assane Aidaque, destacando o costume de automedicação devido ao difícil acesso a atendimento médico.
O que dizem as autoridades
O clamor dos residentes de Mariganha chegou aos ouvidos das autoridades da província. O diretor-provincial da Saúde, Magid Sabune, explica que a falta de equipamento médico-cirurgião faz atrasar a abertura da unidade de saúde do bairro Maringanha.
Segundo o gestor, dois concursos deveriam ter sido lançados concomitantemente, prevendo a construção da obra e a aquisição do equipamento. "Por algum motivo, o concurso para o equipamento não foi lançado no momento e o que está a acontecer agora é que nós, em articulação como Ministério [da Saúde], estamos a fazer démarches para que se adquira o equipamento para o Centro de Saúde de Maringanha", explica. (x) Fonte:DW