Quatro gigantes do têxtil que operam em França estão a ser investigados por terem alegadamente usufruído do trabalho forçado do povo Ouïghour, na China.
Os quatro gigantes do têxtil são a francesa SMCP, que detém marcas como Sandro ou Maje, a espanhola Inditex, dona da Zara, a japonesa Uniqlo e ainda a empresa americana de ténis Sketchers. Estas empresas estão acusadas de "ocultação de crimes contra a humanidade".
A investigação está a ser levada a cabo por uma secção especializada do Ministério Público em Paris que lida com crimes contra a humanidade e a queixa foi feita pela associação anti-corrupção Sherpa, pelo colectivo Ethique sur l’étiquette, o Instituto Ouïghour na Europa e uma refugiada ouïghoure que esteve detida num campo de trabalho forçados.
A informação foi originalmente divulgada pelo jornal "Mediapart" e a investigação foi confirmada entretanto pelo Ministério Público e também por algumas da empresas visadas. A SMCP já disse que está aberta a colaborar.
Os Estados Unidos acusam a China de já ter detido e emprisionado mais de um milhão de pessoas do povo Ouïghour, um povo que tem como religião o Islão, em campos de trabalho forçado.
Também a União Europeia já impôs sanções contra representantes chineses devido a ao envolvimento na perseguição do povo Ouïghour.
A queixa aponta que os gigantes do têxtil beneficiaram do trabalho forçado na China e podem receber "multas recorde".(x) Fonte:RFI