Face ao actual cenário de contaminações, as autoridades de Saúde prevêem que o país registe o pico da terceira vaga dentro de dois ou três meses.
Falando na habitual conferência de imprensa do Ministério da Saúde, o Director de Inquéritos do Instituto Nacional de Saúde, Sérgio Chicumbe, considerou a situação de África e de Moçambique, em particular, como sendo preocupante, tanto pelo número de óbitos, bem como pela taxa de positividade que, neste momento, se encontra em 13.2 por cento.
Para o pesquisador, se os números continuarem a subir de forma galopante, Moçambique poderá conhecer o pior nos próximos tempos. “Mesmo envolto a algumas dúvidas, o país poderá registar o pico da terceira vaga nos próximos dois ou três meses, caso não se tomem medidas drásticas para se controlar a propagação da doença, isso a nível pessoal assim como a nível colectivo”, explicou.
Para o especialista, mais do que esperar a intervenção das estruturas do Governo ou da Saúde, é preciso que haja uma consciência generalizada sobre a necessidade de respeitar as medidas de prevenção para que o pior não aconteça.
O número de internamentos está a cada dia a testar a capacidade dos centros. Nas últimas 48 horas, 45 novas hospitalizações foram registadas, o que subiu o número de pacientes internados para 428, sendo na sua maioria nos Centros de Internamento de COVID-19 e em outras Unidades Hospitalares na Cidade de Maputo, com 75 por cento.
Nas últimas 48 horas, 737 indivíduos testaram positivo para COVID-19, sendo 723 de nacionalidade moçambicana, um estrangeiro e 13 de nacionalidade ainda por identificar.
Estes dados colocam o sector da Saúde em alerta máximo, principalmente para a região do Grande Maputo e nas províncias de Tete e Sofala, que têm contribuído bastante para a aceleração da pandemia no país.
Com a possibilidade de encerramento de várias infra-estruturas, com especial destaque para escolas, a Directora Nacional de Saúde Pública, Rosa Marlene, afirmou ser prematura qualquer decisão, porém colocou pouca fé na possibilidade de encerramento de escolas.
“Quando a pandemia da COVID-19 entrou no país, ainda não sabíamos como agir, por isso fechamos quase tudo, mas agora, com a lição estudada, já sabemos que não é fechando as escolas que controlamos a circulação da doença”, explicou a dirigente.
“O que determina a evolução da COVID-19 tem muito a ver com o nosso comportamento perante a doença. Não é fechando as escolas que melhoramos. O que tem de ser feito é melhorar a tomada das medidas de prevenção e, neste momento, estamos a trabalhar com o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano para reforçar as medidas nas escolas”, disse.
Apesar do esforço das autoridades de saúde, que culminaram com 533 casos totalmente recuperados, o país registou oito óbitos, sendo todos de nacionalidade moçambicana, cujas idades variam entre 24 e 81 anos.(x)