Dois agentes do PAM teriam desviado mais de 100 mil euros para contas pessoais. Alegados levantamentos teriam ocorrido da conta da instituição ligada à ONU através de cheques. Um suspeito está detido, o outro foragido.
O Gabinete Provincial de Combate à Corrupção em Sofala anunciou esta terça-feira (06.07) a abertura de um processo contra dois funcionários do Programa Alimentar Mundial (PAM) na cidade da Beira, suspeitos do desvio de 8 milhões de meticais [106 mil euros].
"Eles efetuaram levantamentos através de cheques nas contas da instituição e introduziram os valores nas suas respetivas esferas patrimoniais", declarou Anastácio Matsinhe, porta-voz do Gabinete Provincial de Combate à Corrupção em Sofala, durante uma conferência de imprensa na cidade da Beira.
Segundo a fonte, as autoridades detiveram preventivamente uma pessoa e a outra, um superior hierárquico, encontra-se em parte incerta, após pedir demissão da agência. "Os atos praticados por estes funcionários consubstanciam o crime de peculato", acrescenta o porta-voz, avançando que a funcionária detida confessa ter levantado os valores, embora considere que o montante foi entregue totalmente ao outro funcionário agora foragido.
Tolerância zero
Segundo a fonte, caso seja comprovada em sede de tribunal do seu envolvimento no desvio, os funcionários de PAM podem ser punidos com penas entre 8 e 12 anos.
"Estes funcionários são equiparados a servidores públicos, sendo o PAM uma instituição ligada à ONU, é uma organização de direito público", frisou Anastácio Matsinhe, acrescentando que foi a própria instituição que deu conta do desaparecimento dos fundos.
Contactado pela Lusa, o PAM em Moçambique disse que a instituição tem uma "política de tolerância zero em relação ao desvio de recursos", considerando que "todas as acusações são investigadas com rigor". "O PAM leva todas as denuncias a sério e temos mecanismos para lidar com a má conduta em todos os níveis", refere a agência numa nota de reação enviada à Lusa.(x) Fonte:DW